SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Justiça de São Paulo autorizou a destruição de todo o material apreendido em operações de combate à adulteração de bebidas no contexto da crise do metanol. A informação foi dada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nesta quarta-feira (8).
A decisão é do juiz Lucas Bannwart Pereira, do Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, que atendeu a um pedido da Polícia Civil. No documento, ele afirma que milhares de frascos foram encontrados numa suposta empresa de recicláveis que vendia garrafas de várias bebidas alcoólicas sem nenhum controle de higiene, origem ou destino, e nem fazia a limpeza das embalagens.
Tarcísio deu a declaração durante visita às obras da Linha 17-Ouro do Metrô, em São Paulo. Segundo o governador, foi obtida autorização para destruir cerca de 100 mil garrafas encontradas em um depósito no centro da cidade.
“A gente obteve hoje na Justiça autorização para fazer a destruição de todo esse material que foi apreendido, de todas essas garrafas”, disse.
“Considerando o potencial lesivo da mercadoria apreendida, porquanto não passam por qualquer tratamento sanitário, higienização, limpeza, etc., segundo o próprio proprietário, a manutenção das referidas mercadorias, por si só, representa potencial e concreto risco a um sem número de pessoas que podem ser expostas a eventuais substâncias presentes nestes vasilhames”, afirma o juiz na decisão.
O governador explica que o descarte será feito por meio de empresas de reciclagem, com o objetivo de “garantir a logística reversa” do material.
Tarcísio afirmou que o governo estadual fez reuniões com comércios afetados pela crise. “Continuamos as reuniões dos nossos grupos de trabalho. Hoje a gente teve uma reunião com setores de bares e restaurantes, e estão sendo levantadas várias sugestões”, disse.
O foco, segundo ele, vai além do enfrentamento imediato da crise. “Estamos pensando em como resolver estruturalmente, de forma que seja efetiva ao longo do tempo”, completou.
Tarcísio não respondeu a questionamento sobre as declarações do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que afirmou nesta terça-feira (7) que a Polícia Federal investigava a possibilidade de o metanol usado na adulteração de bebidas ter sido abandonado após operação contra envolvimento do crime organizado em postos de combustível.
Já o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que também participava da agenda, disse não estar informado sobre a aprovação de uma CPI do Metanol na Câmara Muncipal de São Paulo.