Da redação

O Governo de Goiás iniciou neste mês de outubro a entrega de sensores de monitoramento contínuo de glicose para crianças e adolescentes, entre 2 e 14 anos, com diagnóstico de diabetes tipo 1. Os dispositivos serão disponibilizados aos pacientes atendidos pelo Centro Estadual de Atenção ao Diabetes (CEAD), no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), referência nacional no tratamento da doença.

Com a iniciativa, o HGG passa a ser o primeiro hospital da rede estadual a oferecer gratuitamente a tecnologia de forma permanente. “Temos cerca de 60 pacientes que já podem começar a usar o equipamento e pretendemos chegar a 100 nesta primeira fase. O investimento anual será de aproximadamente R$ 768 mil, um valor que se traduz em mais qualidade de vida para as crianças e em mais tranquilidade para suas famílias”, explica o secretário adjunto da Saúde e endocrinologista, Sergio Vencio.

O projeto faz parte do Programa de Monitoramento Contínuo de Glicose em Crianças e Adolescentes, implantado pelo HGG. Segundo a endocrinologista pediatra Tainara Emília, cada paciente receberá dois sensores por mês — cada um com duração de cerca de 15 dias — além de um monitor digital. “Com esses equipamentos, pais e filhos conseguem acompanhar em tempo real as variações da glicose, o que facilita o controle da doença e evita crises”, explica.

A cada 30 dias, os pacientes retornam ao hospital para a substituição dos sensores e para uma nova avaliação médica. Os dados coletados durante o uso serão analisados pela equipe do CEAD, que orientará as famílias sobre como interpretar as informações. Além disso, os registros servirão como base para pesquisas científicas conduzidas pelo HGG, com o objetivo de aprimorar políticas públicas voltadas à população diabética.

Os sensores, aprovados pela Anvisa desde 2017, representam um avanço importante no cuidado de quem convive com o diabetes tipo 1. Aplicados sob a pele, eles monitoram os níveis de glicose de forma contínua e sem a necessidade de múltiplas picadas no dedo. O modelo adotado pelo Governo de Goiás fornece gráficos das últimas oito horas, indica tendências (como queda ou aumento da glicose) e dispensa calibração diária, com leitura feita por um leitor ou celular compatível.

Segundo especialistas, o uso do dispositivo reduz o risco de complicações e hospitalizações, tornando o controle do diabetes mais seguro e menos invasivo — especialmente na infância.