PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – A investigação sobre a queda do balão que matou oito pessoas em Praia Grande (SC) terminou sem indiciamentos, a Polícia Civil de Santa Catarina informou nesta quarta-feira (8).
O acidente aconteceu em 21 de junho, quando um balão turístico pegou fogo durante o voo. Dos 21 ocupantes, 13 sobreviveram à queda.
“De acordo com o relatório final, o conjunto das provas não comprovou a existência de conduta humana dolosa ou culposa que tenha dado causa ao incêndio em voo”, disse a polícia em nota.
Segundo a polícia catarinense, mais de 20 pessoas foram ouvidas ao longo da investigação, dentre elas sobreviventes, testemunhas, piloto, representante dos fabricantes do balão e do extintor que estava a bordo.
O inquérito foi conduzido pelo delegado Rafael de Chiara, titular da Delegacia de Santa Rosa do Sul, com apoio de outras unidades e órgãos periciais.
A investigação contou com laudos de necrópsia e de identificação por arcada dentária, análise de substâncias nas vítimas, perícia em parte de um óculos de sol inteligente com câmera que poderia conter gravação do acidente, análise criminalística do local e laudo de engenharia.
O piloto do balão, Elves de Bem Crescêncio, não foi responsabilizado legalmente pela queda. Ele disse em depoimento que adotou todos os procedimentos de segurança possíveis para tentar evitar a tragédia.
Ele relatou que, de 2 a 3 minutos após a decolagem, sentiu cheiro de queimado e percebeu um princípio de incêndio na capa do cilindro de gás. O fogo teria começado em um dos maçaricos. Ele tentou usar o extintor, mas o equipamento não funcionou. Sem conseguir contê-lo, o piloto tentou descer o balão e orientou os passageiros a saltarem quando o cesto tocasse o chão.
No total, 13 passageiros conseguiram pular, e o balão voltou a subir depois. Quatro pessoas foram carbonizadas dentro do cesto, enquanto as outras quatro morreram ao saltar de uma altura de aproximadamente 150 metros.
Os oito mortos são Leandro Luzzi, 33; Andrei Gabriel de Melo, 34; Leane Elizabeth Herrmann, 70; Janaina Moreira Soares da Rocha, 46; Everaldo da Rocha, 53; Juliane Jacinta Sawicki, 36; Leise Herrmann Parizotto, 37; e Fabio Luiz Izycki, 42.
A empresa responsável pela operação, Sobrevoar, divulgou nota afirmando que seguia todas as normas da Anac e não tinha histórico de acidentes.