(UOL/FOLHAPRESS) – Enquanto marcas icônicas do surfe como Quiksilver, Billabong e Volcom encolhem, uma empresa brasileira tenta ocupar parte do espaço deixado por elas. Fundada há mais de quatro décadas em Garopaba (SC), a Mormaii, liderada por Marco Aurélio Raymundo o Morongo, aposta na turbulência do mercado como uma oportunidade para crescer.
QUEDA NO SURFWEAR GLOBAL
Nos últimos meses, o mercado global de surfwear sofreu abalos significativos: empresas que controlavam marcas como Quiksilver, Billabong e Volcom entraram com pedidos de falência ou reestruturação nos EUA.
Já no âmbito corporativo, no ano passado, o CEO internacional da Rip Curl renunciou ao cargo em meio à queda de receitas e retração no segmento.
“Durante anos, enfrentamos concorrentes muito fortes. Hoje, com o enfraquecimento deles, há uma brecha para crescer”, diz Morongo, à reportagem.
Com produtos exportados para mais de 60 países, a Mormaii teve presença em mercados como Alemanha, França, Espanha, Grécia e na Ásia. Agora, aposta novamente no exterior.
Crise pode ser oportunidade. Se souber navegar no meio da turbulência, pode virar um momento favorável Morongo
ATLETAS SÃO FUNDAMENTAIS
Nomes como Miguel Pupo, integrante da elite mundial há mais de uma década, e Lucas “Chumbo” Chianca, um dos melhores surfistas do mundo de ondas gigantes, seguem representando a marca enquanto outras empresas do setor reduziram o investimento em atletas.
“Esses atletas são nossos verdadeiros influenciadores. O branding que eles fazem é muito mais profundo do que qualquer anúncio de TV”, diz Morongo.
A visão do fundador sobre o mercado internacional também passa pela valorização da autenticidade algo que, segundo ele, muitas marcas perderam ao longo do tempo.
“Essas marcas tradicionais perderam sua autenticidade porque não pertencem mais a surfistas”, diz Morongo.