SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Mais ousado. É dessa forma que a nova temporada do Aberto ao Público se apresenta. A segunda leva de episódios estreia nesta terça-feira (7), na Globo, sob o comando dos comediantes Maurício Meirelles, Thiago Ventura, Bruna Louise e Murilo Couto, a partir das 23h.

A grande questão é: Quão ousado? O programa, agora em oito episódios, vai ao ar na TV aberta e, apesar da maior liberdade que o horário proporciona, há limites. É certo que ele mira num público variado e pretende abranger o maior número de pessoas. Para isso, vai segurar a onda nas piadas que possam ofender ou causar algum desconforto. “Um caminho que agrade a mais gente, uma certa adaptação para a TV aberta do que fazemos de humor no YouTube e nos palcos”, diz Meirelles.

Segundo ele, que logo no primeiro episódio recebe Nicolas Prattes e Sabrina Sato (esta por chamada de vídeo), os humoristas terão mais liberdade e estarão mais soltos no palco. Erros e percepções da primeira temporada foram levados em consideração para arredondar a atração. A concorrência também. “É um horário que considero bem difícil”, diz.

Confira abaixo, em oito tópicos, o que pensa o humorista Maurício Meirelles sobre a segunda temporada do Aberto ao Público e seu futuro na Globo.

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Avaliação da primeira temporada – “A função da primeira temporada era ser teste, ver se performaria bem. E o objetivo foi cumprido. Tínhamos a ideia de bater de frente com a Patrícia Abravanel no SBT e nós ganhamos no ibope nas quatro noites de julho. Mas óbvio que em qualquer produto a gente vê os erros, acertos, o que foi bem ou não, e evolui”.

Novidades da segunda temporada – “Adotamos uma linguagem nova. Em vez de fazer quatro quadros em meia hora, optamos por dois ou três mais eficientes. Outra coisa é que agora não deixaremos mais a apresentação nas mãos da celebridade convidada, mas sim com a gente mesmo, pois nós temos mais controle.

Convidados – “Também percebemos que alguns convidados performam mais e outros menos, então os famosos dessa temporada vão para uma linha mais popular, mais fluidos [os nomes ele não quis revelar]. Nós ,comediantes, estamos mais soltos e livres. Percebemos ainda que esses famosos têm muitos contatos interessantes no telefone, então não vamos apenas brincar com ele, mas interagir com a rede de amigos dele. Vamos ver artista saindo do banho, celebridade atendendo sem perceber e falando besteira”.

Liberdade para fazer piadas – “Durante a gravação, que dura três ou quatro horas para pegar os 30 melhores minutos, a gente não tem nenhum limite. A gente vai beneficiar as piadas que atendam a mais pessoas do que a nichos, então não tem uma restrição de não fazer piada, mas tem o nosso bom senso de atingir mais pessoas com ela. Serão piadas mais abrangentes.

Limites – “Tem gente que é evangélica e não vai gostar se falarmos de religião, por exemplo, ou o público LGBT. Também não brincamos com nenhum lado político para não ter divisão. Optamos por um caminho que agrade a mais pessoas, uma certa adaptação para a TV aberta do que fazemos de humor no YouTube e nos palcos.”

Mudança de domingo para terça – “Nunca tive a experiência de comandar um programa na Globo às terças, então também não sei como será. Mas é um horário que considero bem difícil, porque estamos lidando na concorrência com a formação da Roça em A Fazenda 17 (Record). É o maior produto da nossa concorrência, mas acredito que a Globo entenda muito mais do que eu, e se eles escolheram esse dia e horário, eles têm dados, números.”

Abertura dos famosos para humor – “O casting da Globo tem artistas de vários perfis. Na primeira leva de episódios tivemos Deborah Secco, que é gigante, o Marcos Pasquim, outro grande nome. Agora teremos logo na estreia o Nicolas Prattes e a Sabrina Sato por vídeo. Mas lembro que quem participa não é mais só o convidado no palco. Eles têm os contatos deles, então com um celular na mão você tem um programa com milhões de possibilidades”.

Outros projetos para a Globo – “Nunca imaginei estar na Globo, não tinha noção que isso pudesse acontecer, pois meu tipo de comédia a emissora não fazia há muito tempo. Mas agora que estou lá dentro e conheço pessoas, tenho acesso a gente importante, óbvio que de repente posso apresentar mais projetos a eles no futuro. Fico ali com a mãozinha levantada pronto para ajudar. Eles gostam de mim.”