RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Com a arbitragem brasileira na berlinda após um fim de semana lotado de decisões polêmicas, o UOL publica relatos sobre a vida quase amadora dos árbitros no Brasil.
Uma dos personagens é Edina Alves Batista, principal mulher no quadro de arbitragem da CBF nesta terça-feira (07) em dia.
‘NOS CRUCIFICAM POR UM LANCE’
O fator psicológico é preponderante para a sobrevivência de um árbitro. Se hoje Ramon Abatti Abel e Lucas Casagrande estão na berlinda, em outro momento cada um deles tem um momento de crise para chamar de seu.
Edina Alves Batista ainda carrega a responsabilidade de representar as mulheres em um ambiente majoritariamente masculino.
Ela tem uma Copa do Mundo feminina no currículo e consegue se dedicar à atividade, ainda que não formalmente como profissional. A Federação Paulista ajuda bastante nisso.
Para ela, a rotina de treinos ajuda na blindagem contra os erros. Mas ninguém está imune.
“Em um lance, as pessoas nos crucificam. Mas quantos passes o jogador erra? Ele erra por que quer? Jamais. Igual o árbitro. O árbitro é o mais cobrado. A gente é ser humano comum. A pressão é normal. Quem vive no futebol vive na pressão também. Mas essa tolerância tem que melhorar um pouco com a arbitragem”, disse Edina, retornando ao ponto “sensível” do dinheiro:
Nós amamos o que fazemos. E quando entramos lá dentro daquele campo de jogo, nós damos o nosso melhor. Porque nós ganhamos quando estamos lá dentro. Quando estamos fora, não ganhamos nada. A gente não vai para o banco e está ganhando salário. Não! A gente fica em casa sem jogo.
Para Ramon Abatti Abel, Lucas Casagrande e os árbitros de vídeo dos respectivos jogos, essa será a dinâmica dos próximos dias. Nada de jogos ou escalas. O momento é de treinos, reavaliações e reflexão para não errar de novo. Pelo menos por algum tempo.
E a profissionalização? A CBF trabalha para que esta e a próxima temporada sejam uma forma de seleção. Os árbitros que se destacarem entrarão na primeira turma de profissionais, em dezembro de 2026.