SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A empresa de Taiany Zimpel, 27, ex-Miss Mato Grosso, e os donos de uma fazenda terão que pagar R$ 1,6 milhão após o resgate de 20 trabalhadores em condições análogas à escravidão.

QUEM É A TAIANY?

Taiany França Zimpel se descreve como empresária, modelo e Miss. Ela nasceu em Sinop, no Mato Grosso, onde viveu em uma fazenda até os cinco anos, antes de se mudar para Sorriso, cidade em que morou até os 18.

Ela venceu o concurso Miss Mato Grosso em 2016 e o Miss MT Internacional. Taiany teve seu primeiro contato com o mundo Miss em Sorriso, município que representava nas competições.

Após participar do Miss Brasil em 2016, mudou-se para São Paulo para trabalhar como modelo. A estadia na capital paulista durou até 2018. Taiany ainda viajou para Paris, Milão e Istambul, onde ficou por três meses tentando seguir carreira internacional.

Eleita Miss Grand Mato Grosso 2024, conquistou o título após a renúncia da campeã, que alegou “humilhação”. Maria Vitória Randon havia vencido o concurso, mas desistiu do título três dias após o evento por ter se sentido humilhada e mal recepcionada pelos organizadores da competição. Taiany, que havia sido vice-campeã, assumiu o título.

Em 2022, ela encerrou a carreira de modelo, voltou ao Mato Grosso e abriu a empresa punida por trabalho escravo. A T. F. Zimpel Ltda., empresa do setor madeireiro administrada por Taiany, se apresenta nas redes como especializada em desmatamento e venda de lenha.

Na operação, foram resgatados 20 trabalhadores submetidos a condições degradantes. Realizada em 15 de setembro, a ação ocorreu na Fazenda Eliane Raquel e Quinhão. Lá, os alojamentos eram improvisados, sem higiene e em condições de risco. A água para consumo era imprópria, e a comida, escassa. A alimentação era precária. Houve ainda relatos de intimidação e restrição de liberdade. Segundo o MPT-MT, homens armados circulavam pelo local.

A empresa e a fazenda terão de pagar mais de R$ 1,6 milhão em reparações. Em nota, a T. F. Zimpel alega que terceirizou a mão de obra, não contratou diretamente os trabalhadores e colaborou com as autoridades desde o início da operação, fornecendo documentos e apoio ao acolhimento dos resgatados.