SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um trio de pesquisadores trabalhando na Califórnia levou o Prêmio Nobel em Física de 2025, por revelar pela primeira vez a presença de efeitos quânticos em escala macroscópica. John Clarke, Michel H. Devoret e John Martinis foram destacados especificamente pela Academia Real de Ciências da Suécia, sediada em Estocolmo, pela descoberta dos fenômenos macroscópicos de tunelamento quântico e quantização de energia em um circuito elétrico. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira (7).

A escolha vem no centenário da moderna teoria quântica, iniciada pelo físico alemão Werner Heisenberg, em 1925. Clarke é da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos; já Devoret e Martinis estão associados à Universidade da Califórnia em Santa Barbara, também nos EUA.

Com o anúncio de hoje, já são 119 concessões de Prêmio Nobel em Física, realizadas entre 1901 e 2025 (em seis anos não houve premiados), para 230 laureados (as regras impõem no máximo três por ano, e até hoje foram lembrados 2.229 cientistas).

A premiação de 11 milhões de coroas suecas (equivalente a aproximadamente R$ 6,3 milhões), a ser dividida entre os ganhadores, foi estabelecida como desejo deixado em testamento por Alfred Nobel (1833-1896), químico e empresário sueco famoso pela invenção da dinamite no século 19.

Os vencedores do ano passado foram o americano John Hopfield e o britânico Geoffrey Hinton, numa premiação voltada à inteligência artificial. Eles foram premiados especificamente por descobertas fundacionais e invenções que permitem o aprendizado com redes neurais artificiais.

A cerimônia de entrega das láureas em Estocolmo está agendada para 10 de dezembro, aniversário da morte de Alfred Nobel.

Ainda na categoria de Física, somente uma pessoa foi agraciada duas vezes: o americano John Bardeen (1908-1991), que recebeu o prêmio de Física em 1956 e em 1972.

Marie Curie (1867-1934) também é uma das pouquíssimas pessoas a ganhar o Nobel duas vezes, porém isso se deu em duas categorias: primeiro em Física em 1903 e em Química mais tarde, em 1911.

O detentor mais jovem de um Nobel de Física é o australiano William Lawrence Bragg (1890-1971). Ele tinha 25 anos em 1915 quando dividiu a láurea com o seu pai, sir William Henry Bragg (1862-1942), por pesquisas voltadas à análise da estrutura de cristais por meio de raios X.

O mais velho, por sua vez, é Arthur Ashkin (1922-2020). Ele recebeu sua láurea em 2018 aos 96 anos por pesquisas com laser. O americano inventou as chamadas pinças ópticas, que usam a força do raio laser focalizada para manipular objetos microscópicos, incluindo organismos vivos, como vírus e bactérias.

No Nobel de Física, a maioria dos laureados é de homens. Além de Curie, apenas outras quatro mulheres foram premiadas: a alemã Maria Goeppert Mayer (1906-1972) em 1963; a canadense Donna Strickland, 66, em 2018; a americana Andrea Ghez, 60, em 2020; e a francesa Anne L’Huillier, 67, em 2023.