BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Homenageado em evento em Salvador nesta segunda-feira (6), o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que estava encerrando a sua carreira no STF (Supremo Tribunal Federal).

A declaração foi dada pouco depois de, ao ser questionado pela imprensa, dizer que ainda está avaliando a possibilidade de deixar a corte.

Barroso discursou em um evento do Consepre (Conselho de Presidentes de Tribunais de Justiça), no fórum Ruy Barbosa, na capital baiana.

Durante a sua fala, disse que aquele era um momento muito especial e de alegria. “Eu comecei a minha carreira no Supremo aqui [na Bahia], e de certa forma estou terminando a minha carreira no Supremo aqui também”, afirmou.

“A vida é feita de muitos ciclos e a gente deve saber bem a hora de entrar e a hora de sair”, acrescentou Barroso, que foi sucedido na presidência do STF pelo ministro Edson Fachin.

Em 2013, quando foi indicado pela então presidente Dilma Rousseff (PT) para a vaga no Supremo, Barroso viajou para Salvador para participar de um Congresso.

Questionado nesta segunda por jornalistas sobre uma possível aposentadoria, Barroso também falou sobre ciclos, e disse que está “avaliando isso da melhor maneira possível”.

Após o discurso, ele disse a interlocutores que a fala se referia à presidência do Supremo, e não ao seu período como ministro.

Nas últimas semanas, Barroso tem evitado dar previsões de quando se aposentará da corte. Em uma conversa com jornalistas em 26 de setembro, disse que não estava pensando “em deixar o Supremo prontamente”.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, ele disse ainda que “sair do Supremo é uma possibilidade, mas não é uma certeza” e que “verdadeiramente ainda não tomei essa decisão”.

“Às vezes tenho a sensação de já ter cumprido o meu ciclo [no STF]. Às vezes penso que ainda poderia fazer mais coisas. Estou falando da forma mais franca possível, do fundo do meu coração”, disse na entrevista.

Barroso deixou o Supremo após uma gestão que avançou em julgamentos sobre maconha, internet e o sistema prisional, mas também reforçou antigas características, como os altos rendimentos da magistratura e a proximidade com políticos. Ele presidiu o tribunal entre 2023 e 2025.

Fachin assumiu a presidência do STF no último dia 29, e tem um mandato previsto para durar até 2027.