SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, participou hoje da videochamada entre os presidentes Lula e Donald Trump. Após a conversa, ele -que é crítico do governo brasileiro-, ficou encarregado de liderar as negociações entre os dois países.

Marco Rubio é secretário de Estado do governo de Donald Trump. O cargo é equivalente ao de ministro das Relações Exteriores.

Rubio é aliado de Trump, mas já trocou críticas públicas com o presidente. Em 2016, quando os dois disputavam o posto para representar o Partido Republicano nas eleições presidenciais, Trump passou a chamar Rubio de “Little Marco” (o equivalente a “Marquinhos”), por causa da altura do então rival, que mede entre 1,73 e 1,78 m. Trump também afirmou que Rubio era um “cara desagradável” e o chamou de “con man”, termo em inglês que indica uma pessoa que usa “truques” para enganar os outros.

No fim de 2024, porém, Trump nomeou o ex-rival para um cargo-chave no governo. Rubio foi o primeiro membro do gabinete a ser confirmado no segundo mandato de Trump e recebeu uma votação unânime no Senado, com 99 votos a favor de sua nomeação.

Ele tomou posse em janeiro deste ano. Conforme o portal oficial do Departamento de Estado dos EUA, Rubio é a autoridade hispano-americana de mais alto escalão na história do país.

Filho de cubanos que se mudaram para os Estados Unidos, Rubio nasceu em Miami, na Flórida, em 1971. O pai trabalhava como barman e a mãe, como camareira de hotel. Ele é casado com Jeanette Dousdebes, com quem tem quatro filhos.

Republicano, ele começou a carreira política na Flórida, onde foi eleito senador em 2011. No estado, foi comissário municipal em West Miami e presidente da Câmara dos Representantes, antes de ser eleito senador. Ele foi reeleito diversas vezes e ocupou o cargo até o início deste ano, quando passou a atuar como Secretário de Estado.

O QUE PENSA MARCO RUBIO

Marco Rubio é próximo da família Bolsonaro. Ele começou a se aproximar do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em 2018, quando recebeu o brasileiro durante uma viagem aos EUA. Eles voltaram a se encontrar em 2020, quando o então presidente Jair Bolsonaro viajou aos Estados Unidos.

Rubio elogiou Bolsonaro quando ele assumiu a presidência. Em artigo publicado na CNN, o então senador disse que a posse do político inaugurava “uma nova era na política brasileira que marca um rompimento drástico com os governos esquerdistas e antiamericanos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff”.

Este ano, Rubio foi um dos principais nomes do governo americano envolvido com críticas ao STF. Quando Jair Bolsonaro foi condenado por tentativa de golpe de Estado, o americano chamou a decisão de perseguição política e afirmou que os Estados Unidos responderiam a esta “caça às bruxas”.

Ele também acusou Alexandre de Moraes de abuso de autoridade. Ao impor sanções à esposa do ministro do STF, Rubio argumentou que Moraes “usou sua posição para instrumentalizar os tribunais, autorizar prisões preventivas arbitrárias e suprimir a liberdade de expressão”.

Dado o histórico, a escolha do secretário de Estado para negociar foi recebida com apreensão no Brasil. Especialistas e membros do setor privado classificaram a decisão como preocupante.