Da Redação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve, nesta segunda-feira (6), uma conversa telefônica de aproximadamente 30 minutos com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O diálogo, descrito pelo Palácio do Planalto como cordial, marcou uma tentativa de reaproximação política e econômica entre os dois países.
Durante a ligação, Lula solicitou que o governo norte-americano reveja o tarifaço de 40% sobre produtos brasileiros e retire as sanções aplicadas a integrantes do alto escalão nacional. Segundo o Planalto, ambos os líderes trocaram contatos pessoais e manifestaram interesse em um encontro presencial nas próximas semanas.
O petista aproveitou a ocasião para reiterar o convite a Trump para participar da COP30, que será realizada em Belém (PA) em 2026, e mencionou a disposição de visitar os Estados Unidos ainda neste ano.
A Presidência ressaltou que a conversa retomou o “bom clima” observado quando Lula e Trump se encontraram rapidamente em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU, ocasião em que prometeram manter o diálogo aberto.
Na pauta econômica, Lula destacou o bom desempenho do Brasil na balança comercial com os EUA — sendo um dos poucos países do G20 com superávit nesse setor — e defendeu a revisão das medidas protecionistas. Em resposta, Trump nomeou o secretário de Estado, Marco Rubio, para negociar diretamente com o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Fazenda).
Além das tarifas, Lula também pediu a suspensão das sanções impostas a autoridades brasileiras, entre elas ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O presidente solicitou ainda a retirada das restrições aplicadas ao ministro Alexandre de Moraes e à sua esposa, com base na Lei Magnitsky.
Em meio ao clima tenso que vinha marcando as relações bilaterais, o Planalto avalia que o contato direto entre Lula e Trump representa um passo importante para restaurar a cooperação e o diálogo entre Brasília e Washington.