BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou nesta segunda-feira (6) que a conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi positiva.
“Vou ser parcimonioso. Vai sair uma nota daqui a pouquinho do Palácio [do Planalto] sobre o tema, dando os detalhes que foram pactuados”, disse Haddad. “O presidente já recomendou a divulgação de uma nota.”
Questionado por jornalistas se o diálogo foi bom do ponto de vista econômico, Haddad se limitou a dizer que foi “positivo”.
Em nota, o governo disse que Lula solicitou a retirada da sobretaxa aplicada pelos EUA a produtos brasileiros.
“[O presidente Lula]… recordou que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços. Solicitou a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras”, afirmou.
Sob Trump, o governo dos EUA impôs um tarifaço de 50% sobre uma série de produtos brasileiros, com exceções para diversos setores, como o de aviação (sujeito a uma tarifa linear de 10%). Ao defender o fim das tarifas, Lula levantou argumentos já utilizados por autoridades brasileiras.
A conversa por telefone durou cerca de 30 minutos e teve “tom amistoso”, de acordo com o comunicado divulgado pelo Planalto.
O telefonema ocorreu cerca de duas semanas depois de aceno feito por Trump a Lula na Assembleia-Geral da ONU. Durante seu discurso, o republicano revelou que havia conversado com o brasileiro nos bastidores do evento e que houve excelente química entre eles. “Os dois presidentes reiteraram a impressão positiva daquele encontro”, diz trecho da nota.
Além de Haddad, também participaram da conversa telefônica o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), o chanceler Mauro Vieira, o ministro Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação da Presidência) e Celso Amorim, assessor especial de Lula para assuntos internacionais.
Do lado americano, Trump designou o seu secretário de Estado, Marco Rubio, para dar sequência às negociações com os auxiliares de Lula.
Ainda segundo a nota do Planalto, os líderes dos dois países concordaram em se encontrar pessoalmente em breve. Lula sugeriu como opção uma reunião na cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), na Malásia, entre 26 e 28 de outubro, mas também se dispôs a viajar aos EUA.
O brasileiro ainda reiterou o convite para o americano participar da COP30, em Belém, em novembro. Antes do telefonema, integrantes do governo diziam que um encontro presencial entre os dois presidentes poderia ocorrer em um terceiro país. O petista tem ao menos duas viagens internacionais neste ano.