(UOL/FOLHAPRESS) – A Diretoria do Corinthians apresentará ao Conselho Deliberativo nesta segunda-feira (6), em reunião extraordinária, uma proposta de revisão do orçamento de 2025 que prevê aumento de R$ 174 milhões nas despesas do clube.
MENOS RECEITAS
A proposta já foi apresentada ao CORI (Conselho de Orientação) e ao Conselho Fiscal do clube. Caso aprovada, a nova projeção elevaria o gasto total para R$ 727,7 milhões, ante os R$ 554 milhões previstos originalmente para 2025. O orçamento vigente foi aprovado no final do ano passado.
Segundo o documento, obtido na íntegra pelo UOL, a previsão de receitas brutas caiu de R$ 798,7 milhões para R$ 739,3 milhões.
A redução se concentra especialmente em direitos de TV, que devem render R$ 332,5 milhões e não R$ 339,8 milhões, como estimados anteriormente. Já os patrocínios caíram de R$ 211,6 milhões para R$ 174,4 milhões.
MAIS GASTOS
Em contrapartida, as despesas operacionais aumentaram em praticamente todos os setores. O maior salto aparece no gasto com pessoal, que passa de R$ 345,8 milhões para R$ 401,3 milhões, resultando em uma alta de mais de R$ 55 milhões.
Também houve crescimento nas áreas geral e administrativa, que subiu de R$ 92,9 milhões para R$ 111 milhões e em outras despesas com jogos, indo de R$ 45,2 milhões para R$ 87,6 milhões. Apenas o item serviços teve leve alteração, de R$ 70 milhões para R$ 76 milhões no consolidado.
OS DOIS LADOS
O UOL ouviu, sob reserva, membros do Conselho do Corinthians que se posicionam contra e a favor da proposta. Partidários argumentam que as projeções foram mal-dimensionadas por parte da Diretoria Financeira com relação à projeção de despesas e que a queda precoce na Copa Libertadores, contra o Barcelona de Quayaquil, ‘feriu’ ganhos através de receita e premiações. No lado político, a palavra é que o processo de impeachment de Augusto Melo também atrasou o processo de reavaliação.
Membros contrários à proposta defendem austeridade e alegam não fazer sentido revisar o orçamento do ano todo a menos de três meses do final do período abrangido. Uma das fontes ouvidas disse que a “proposta é estapafúrdia, está fora do prazo e só propõe gastar mais com receitas menores”.
O UOL ainda ouviu que há um movimento de conselheiros contrários para devolver o documento para a diretoria financeira refazer a proposta. A votação acontece nesta segunda-feira, às 18h (de Brasília).