Da Redação

A troca de farpas entre líderes da direita ganhou novo capítulo neste fim de semana. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), respondeu duramente às declarações do senador Ciro Nogueira (PP), que afirmou ao jornal O Globo que a definição sobre o candidato da direita à Presidência em 2026 deve ocorrer até janeiro.

Durante a entrevista, Ciro citou Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ratinho Jr. (PSD) como possíveis nomes para a disputa, mas ignorou Caiado — o que motivou uma reação imediata do goiano nas redes sociais.

Em nota publicada neste domingo (5), Caiado classificou a postura de Ciro como “ansiosa” e “vergonhosa”:

“A ansiedade de Ciro Nogueira em se colocar como candidato a vice-presidente do governador Tarcísio é gritante. Ele tenta se vender como porta-voz de Bolsonaro, o que não é. Se o ex-presidente quiser escolher um porta-voz, certamente será um de seus filhos ou a Michelle, não o Ciro, um senador de inexpressiva presença nacional que um dia já jurou amor eterno ao Lula.”

Caiado também criticou o que chamou de tentativa de Ciro de “ditar” os rumos da direita:

“Fica visível que Ciro tenta decidir por Bolsonaro quem deve ser o candidato. Coloca Tarcísio como preferido, Ratinho como reserva e veta nomes como Romeu Zema, Eduardo Bolsonaro e o meu. Isso é um desserviço à direita.”

O governador goiano reforçou que sua pré-candidatura não depende de autorização de ninguém:

“Não dependo de aval de Ciro Nogueira. Apoiei Bolsonaro desde o início, ao contrário dele, que já foi um crítico ácido do ex-presidente.”

Em tom de provocação, Caiado ainda fez referência à sua popularidade em Goiás, comparando com a do senador no Piauí:

“Antônio Carlos Magalhães dizia que, para ter voz nacional, é preciso ser respeitado em seu estado. Tenho 88% de aprovação em Goiás nos últimos três anos. Já Ciro Nogueira não tem força nem para se reeleger no Piauí.”

Encerrando o comunicado, Caiado pediu “moderação e respeito” ao senador:

“Ciro não tem estatura política para julgar as pré-candidaturas à Presidência. E certamente não será ele quem definirá a estratégia para derrotar o PT — partido que, aliás, já foi muito querido por ele próprio.”

A resposta de Caiado expôs a disputa de bastidores na direita, que segue fragmentada entre aliados de Bolsonaro e novos nomes que buscam protagonismo na corrida presidencial de 2026.