SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), criticou neste domingo (5) o senador Ciro Nogueira (PP-PI) após o parlamentar excluí-lo da lista de presidenciáveis apoiados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As siglas dos dois formalizaram uma federação em agosto e no mês passado anunciaram juntos o desembarque do governo Lula (PT).

Presidente do PP citou os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e Paraná, Ratinho Jr. (PSD), em entrevista ao jornal O Globo, como os candidatos da direita à Presidência em 2026 e não citou Caiado.

A ansiedade de Ciro Nogueira em se colocar como candidato a vice-presidente do governador Tarcísio é vergonhosa. […] Se Bolsonaro quiser escolher um porta-voz, certamente será um de seus filhos ou sua esposa, Michelle. Não o Ciro Nogueira, senador de inexpressiva presença nacional, que um dia já jurou amor eterno ao Lula”, escreveu Caiado no X.

Segundo o governador, o senador presta enorme desserviço à direita ao vetar a pré-candidatura de Romeu Zema (Novo), Eduardo Bolsonaro (PL) e a dele.

“Não falo por Zema ou Eduardo, mas quanto à minha pré-candidatura, devo dizer que não dependo de aval de Ciro Nogueira. Certamente não será por ele que passará a decisão de construir a melhor estratégia para derrotar o PT, partido que um dia já foi tão querido pelo mesmo Ciro, e implementar um novo projeto para o Brasil e os brasileiros”, escreveu.

Apesar de citar Tarcísio e Ratinho, Ciro afirmou na entrevista que não tinha legitimidade para falar por Bolsonaro.

“Acredito que ele já decidiu. Defendo que comunique isso em dezembro para ser anunciado em janeiro. Quem vai ser, só ele sabe. Eu imagino, mas quem tem legitimidade e autoridade para dizer é ele ou o [senador] Flávio ou até a Michelle [ex-primeira-dama], que tem contato direto com ele”.

Governador de São Paulo será candidato à Presidência, mesmo se não quiser, afirma Ciro. “É impossível ele não ser candidato se tiver o apoio do presidente Bolsonaro. […] Ele queria ser candidato ao Senado em Goiás, tinha apoio do Ronaldo Caiado, mas o Bolsonaro disse: ‘Você vai para São Paulo, vai ser governador e ganhar a eleição’. Ele obedeceu e venceu”.

Mais cedo, Ronaldo Caiado também disse que o União Brasil se reunirá para expulsar Celso Sabino da sigla. O ministro do Turismo resiste em deixar o partido.

O ministro é do Pará, deseja se candidatar ao Senado em 2026 e gostaria de ficar no Turismo até a realização da COP30. Conforme a coluna Painel deste sábado (4), Sabino deve informar ao presidente na terça-feira (7) que permanece no cargo e enfrentará o processo de expulsão.

Já o PP não pretende expulsar o ministro do Esporte, André Fufuca, também resistente à saída. No entanto, ele seria retirado do comando da sigla no Maranhão.