RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro investiga o primeiro caso suspeito de intoxicação por metanol no estado. A paciente, moradora de Niterói, relatou ter consumido bebida alcoólica na Lapa, região boêmia da capital fluminense.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Niterói, o caso foi notificado neste sábado (4) por uma unidade hospitalar privada e está em investigação. A paciente não está internada e apresenta bom estado geral.

O exame que poderá confirmar ou descartar a contaminação está sendo analisado pelo Lacen-RJ (Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels), em parceria com a Unicamp e o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, da Fiocruz.

O alerta no Rio ocorre em meio ao aumento de notificações de intoxicação por metanol no país, especialmente em São Paulo, que registra mais de 160 casos, entre confirmados e investigados, com dois óbitos, ambos na capital.

O Ministério da Saúde reforçou às secretarias estaduais a necessidade de notificação imediata e investigação laboratorial de casos suspeitos.

Na sexta-feira (3), o governo do Rio instaurou uma Sala de Situação para monitorar possíveis casos e prestar apoio técnico aos municípios. O Instituto Estadual São Sebastião, na Gamboa, foi definido como unidade de referência para o atendimento de pacientes com suspeita de intoxicação por metanol.

A Secretaria estadual de Saúde também emitiu uma nota técnica com orientações sobre a identificação e o manejo clínico de casos suspeitos, reforçando o alerta para as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e hospitais da rede. O documento recomenda atenção especial a pacientes que apresentem sintomas como dor de cabeça intensa, visão turva, náusea, falta de ar e confusão mental, especialmente após o consumo de bebidas alcoólicas de origem duvidosa.

Paralelamente à investigação, o governo estadual intensificou neste fim de semana uma operação conjunta para combater a fabricação e o comércio de bebidas adulteradas. A ação, coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial, cumpriu 21 mandados de busca e apreensão na capital e na Baixada Fluminense.

Uma pessoa foi presa por vender bebidas fora da validade e outras oito foram conduzidas à delegacia. Mais de 30 estabelecimentos, entre bares, distribuidoras e casas noturnas, foram vistoriados desde o início da semana. Nesses locais, agentes apreenderam garrafas suspeitas de falsificação, produtos armazenados de forma inadequada e rótulos irregulares.

O governo também lançou uma cartilha educativa para orientar consumidores sobre como identificar bebidas adulteradas. O material foi elaborado pela Secretaria de Estado de Defesa do Consumidor, Procon-RJ e Abrabe (Associação Brasileira de Bebidas), e será distribuído em terminais de transporte e locais de grande circulação.

A cartilha alerta para sinais de falsificação, como preços muito abaixo do mercado, erros de grafia no rótulo, ausência de selo fiscal e lacres violados. Durante o lançamento, o estado e a Abrabe firmaram um protocolo de intenções que cria a Agenda Antipirataria de Bebidas no Rio de Janeiro, com ações conjuntas de capacitação de fiscais e qualificação de denúncias.