SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O partido Ano (Sim), do bilionário anti-imigração Andrej Babis, venceu as eleições na República Tcheca neste sábado (4), recebendo 34% dos votos contra 23% do segundo colocado, o Spolu (Juntos). Como resultado, Babis deve voltar ao posto de primeiro-ministro do país do Leste Europeu, cargo que ocupou entre 2017 e 2021.

O bilionário foi eleito após uma campanha em que prometeu encerrar a política de austeridade do governo atual, falando em crescimento da economia, aumento nos salários e aposentadorias, corte de impostos e criação de benefícios para que jovens tenham mais filhos.

Babis também prometeu restringir a imigração e encerrar a entrega de munições à Ucrânia, país em guerra com a Rússia. Apoiador do presidente americano Donald Trump e aliado do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, Babis reafirmou seu apoio à Otan e à permanência de Praga na União Europeia –mas disse que vai entrar em negociações com partidos de ultradireita para tentar formar maioria no Parlamento.

Entre os principais candidatos a parceiros de coalizão está o SPD (Liberdade e Democracia Direta), que prega o fim da UE e é considerado por especialistas um partido neofascista. Ele é liderado por Tomio Okamura, empresário nascido no Japão que se mudou para a República Tcheca aos 11 anos de idade.

Outro partido que pode ajudar a sustentar Babis como primeiro-ministro é o Auto (Motoristas por Si Mesmos), sigla que defende a eliminação de ciclovias em todo o país e o fim de investimentos em energia renovável, favorecendo termelétricas e usinas nucleares.

Após a divulgação dos resultados, Babis disse à imprensa que quer “salvar a Europa”: “Vamos resgatar uma República Tcheca forte e permanecer na Otan”, afirmou. O primeiro-ministro atual, Petr Fiala, reconheceu a derrota e parabenizou o bilionário.

Com a vitória de Babis, ganha força na União Europeia um bloco de direita mais hostil à UE e à política de combate à mudança climática na Europa oriental –o campo político está no poder na Hungria, na Eslováquia e na Croácia, por exemplo.