RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A zona sudoeste do Rio de Janeiro vai ganhar um sistema público de transporte aquaviário com investimento mínimo de R$ 101,6 milhões e prazo de concessão de 25 anos. O projeto, batizado de Lagunar Marítima, prevê cinco terminais, seis estações e oito linhas no complexo que conecta Barra da Tijuca, Recreio e Jacarepaguá. O projeto foi anunciado pela prefeitura nesta quinta-feira (2).
A tarifa será a mesma dos outros modais municipais, atualmente em R$ 4,70, e a expectativa é transportar 85 mil passageiros por dia.
O contrato foi assinado no último dia 17 entre a prefeitura e o Consórcio Lagunar Marítimo, vencedor da licitação conduzida pela Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos. Caberá ao consórcio implantar, operar e manter o sistema ao longo de 25 anos.
A concessão prevê a construção de cinco terminais -Gardênia Azul, Jardim Oceânico/Metrô, Linha Amarela, Muzema e Rio das Pedras– e de seis estações: Arroio Pavuna, Barra Shopping, Bosque Marapendi, Parque Olímpico, Salvador Allende e Vila Militar. Entre as oito linhas obrigatórias estão conexões expressas entre Rio das Pedras e Jardim Oceânico, além de uma linha circular pela Lagoa de Jacarepaguá.
As obras devem começar em 2027, após a apresentação do plano de implementação, de projetos executivos e da obtenção de licenças ambientais. O contrato também permite que o consórcio crie novas rotas opcionais ao longo da concessão.
As embarcações deverão ter capacidade para 42 a 120 passageiros, com cabines fechadas, assentos estofados, acessibilidade e requisitos de segurança para navegação noturna. No início da operação, os barcos não poderão ter mais de cinco anos de fabricação, e 10% da frota deverá permanecer de reserva.
Para viabilizar a navegação, será necessário recuperar o complexo lagunar da zona oeste, hoje assoreado e poluído. A concessionária de água e esgoto Iguá Saneamento tem contrato de R$ 250 milhões para realizar dragagem e despoluição até agosto de 2026. O projeto já foi licenciado pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente).
O prefeito Eduardo Paes (PSD) afirmou que o transporte terá impacto direto sobre trabalhadores das comunidades da região. “O morador de Rio das Pedras, Gardênia, Muzema, que trabalha em shoppings, condomínios e comércio, terá uma opção mais rápida e com conforto”, disse.
O edital também prevê a convivência com os barqueiros locais, que há décadas operam no entorno das ilhas da Gigoia e Primeira. Esses serviços continuarão existindo, mas não poderão atuar nas rotas do transporte público municipal nem praticar tarifas iguais às do sistema aquaviário.