BRASÍLIA, DF, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ministério da Saúde afirmou nesta sexta-feira (3) que cinco estados e o Distrito Federal fizeram 113 notificações de suposta intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica. São 11 casos confirmados em laboratório e 102 em investigação. Os números incluem uma morte em São Paulo confirmada por intoxicação, além de outras onze em análise.

O boletim do ministério incluiu os primeiros registros de suspeitas de intoxicação da Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul. No balanço anterior, divulgado na quinta-feira (2), havia 59 notificações em São Paulo, DF e Pernambuco.

Do total de 113 notificações por esse tipo de intoxicação, 101 são em São Paulo (11 confirmados e 90 em investigação), seis casos estão em investigação em Pernambuco, dois na Bahia e dois no Distrito Federal, enquanto Paraná e Mato Grosso do Sul tem um caso notificado cada.

Dessas notificações, 12 correspondem a óbitos: um já confirmado em São Paulo e outros 11 em investigação —oito em SP, um em Pernambuco, um na Bahia e um em Mato Grosso do Sul.

As notificações de supostas intoxicações foram recebidas e avaliadas pelo Cievs (Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde), que já descartou 15 casos que estavam sob investigação, até as 16h desta sexta-feira. O órgão só considera o caso confirmado após a análise laboratorial.

Como o ministério se baseia em dados já consolidados pelo Cievs, é comum haver diferenças entre os balanços do governo federal e dos estados. Em São Paulo, por exemplo, a Secretaria Estadual da Saúde afirmou nesta sexta-feira 102 notificações de intoxicação por metanol, sendo 11 confirmadas, com um óbito na capital, e outras 91 em investigação.

Em relação às mortes, a secretaria estadual afirmou que oito estão em investigação: cinco na capital, duas em São Bernardo do Campo (ABC) e uma em Cajuru (a 298 km da capital).

A Bahia registrou a primeira morte suspeita por intoxicação com metanol nesta sexta-feira. A vítima, um homem de 56 anos, morreu na madrugada, em Feira de Santana (109 km de Salvador). Amostras foram encaminhadas para análise, e o laudo deve sair em até sete dias.

A Prefeitura de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, confirmou nesta sexta-feira uma morte por suspeita de intoxicação por metanol. O caso ocorreu em 23 de setembro no Hospital Geral da cidade. Outro paciente com suspeita foi atendido no Centro de Saúde 24h na quinta-feira (2) e transferido para o hospital, onde segue internado.

Em São Bernardo do Campo, também na Grande São Paulo, a prefeitura atualizou para 30 o número de notificações de intoxicação por metanol, com uma confirmação. A cidade registra quatro mortes, sendo dois óbitos e 26 casos relacionados a moradores do município.

No DF, a Polícia Civil afirmou nesta sexta-feira que não foi detectada a presença de metanol no laudo da perícia realizada em amostras da bebida comprada pelo rapper Hungria, assim como nas garrafas na distribuidora localizada em Vicente Pires, onde o produto foi adquirido. A corporação disse também que outros exames periciais ainda serão realizados para verificar eventual falsificação de rótulos, selos, lacres e do próprio líquido.

Hungria está internado desde quinta-feira (2) em Brasília, após sentir mal ao tomar bebidas alcoólicas supostamente adulteradas. Devido à hospitalização, o artista, que tem mais de 12 milhões de seguidores, precisou cancelar os shows que faria até o próximo final de semana.

POLÍCIA SEGUE COM OPERAÇÕES PARA COMBATER BEBIDAS ADULTERADAS

Policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) prenderam nesta sexta-feira (3) um homem suspeito de fornecer insumos para a falsificação de bebidas alcoólicas em São Paulo. A ação ocorreu na zona norte da capital paulista.

Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), ele seria um dos principais fornecedores de garrafas, tampas, rótulos, caixas e selos falsificados para falsificadores, sobretudo no interior. O suspeito foi autuado por crimes contra a propriedade industrial e contra as relações de consumo.

Também nesta sexta, a Polícia Civil e a Guarda Municipal fecharam uma fábrica clandestina de cervejas em Campinas (SP), na favela de Cidade Singer, próxima ao Aeroporto de Viracopos. No galpão, foram apreendidas 14,6 mil garrafas falsificadas, e cinco pessoas foram presas.

Os suspeitos compravam cerveja de marcas inferiores, trocavam tampas e rótulos e revendiam como Brahma e Original. Segundo a Guarda Municipal, eles receberiam R$ 3 por caixa de 20 unidades. A polícia afirma não haver indícios de uso de metanol no líquido.

Em outra operação nesta sexta, a Polícia Federal e o Ministério da Agricultura fiscalizaram indústrias de bebidas em Capivari e Itupeva (SP), Chapecó e Joinville (SC) e Poços de Caldas (MG). O objetivo é investigar suspeita de adulteração com metanol fora dos limites permitidos e rastrear lotes. Amostras foram coletadas para análise em laboratório.