SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O subsecretário de Gestão e Tecnologia de Praia Grande (SP), Sandro Pardini, pediu exoneração do cargo após ser alvo de mandado de busca e apreensão da Polícia Civil no âmbito da investigação sobre o assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz.
Pardini justifica a exoneração para poder focar em sua defesa. “A decisão [de deixar o cargo] foi tomada de forma ponderada e responsável, com o propósito exclusivo de direcionar todos os seus esforços ao pleno esclarecimento dos fatos”, diz nota de Pardini assinada pelos advogados Octavio Rolim e Patrícia de Britto.
Além de focar na própria defesa, Pardini alega que precisa “amparar integralmente sua família neste delicado momento”. Por meio da nota, ele reitera que “não possui qualquer envolvimento direto ou indireto” na morte de Ruy.
Sandro também disse que colabora com as investigações “de forma ativa, transparente e diligente”. O agora ex-subsecretário afirmou torcer “para que a conclusão dos fatos ocorra com máxima brevidade possível”, para que possa retomar sua carreira.
Pardini foi alvo de operação da polícia nesta semana. No apartamento dele, em Santos, foram apreendidos R$ 50 mil, US$ 10.030; 1.135 euros, telefone celular, computadores e documentos. Em um monte de notas totalizando R$ 8 mil, os agentes encontraram bilhetes com as anotações “R$ 2 mil Tadeu” e “R$ 6 mil Silvinha”.
Sandro Pardini já ocupou cargos importantes na Prefeitura de Praia Grande, como nas secretarias da Administração e na de Planejamento. Também foi diretor do Departamento de Integração da Informação do município.
OUTROS ALVOS
Além de Pardini, outros quatro servidores da prefeitura de Praia Grande também são alvos da polícia. Todos são considerados suspeitos de envolvimento na morte de Ruy.
Os outros alvos ocupam cargos distintos na administração de Praia Grande. Entre eles estão uma diretora de departamento na secretaria de Planejamento e um engenheiro da mesma pasta.
Polícia não detalhou qual seria a participação de cada um na morte de Ruy Ferraz. Como os investigados não tiveram os nome divulgados, não foi possível localizar suas defesas.
RELEMBRE O CASO
Ruy Ferraz foi morto a tiros no dia 15 de setembro. Ele foi alvo de emboscada, perseguido e teve o carro prensado por um ônibus em seguida. Na sequência, três suspeitos com fuzis em mãos efetuaram diversos disparos contra o ex-delegado-geral, que morreu no local.
Delegado ficou conhecido por seu trabalho na segurança pública de São Paulo e atuação contra o PCC (Primeiro Comando da Capital). A organização criminosa teria participado da execução de Ruy, segundo o secretário da Segurança Pública de SP, Guilherme Derrite.
Quatro pessoas já foram presas por participação no crime. Outros três são considerados foragidos e um morreu em confronto com a polícia no Paraná.