SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Três pessoas suspeitas de envolvimento na morte do advogado Luiz Fernando Pacheco, 51, foram presas nesta sexta-feira (3).
Nome dos detidos não foi divulgado pela polícia. As autoridades também não revelaram por quais motivos eles foram presos.
Advogado foi encontrado morto na manhã de quinta-feira (2), no bairro de Higienópolis. Pacheco estava há mais de 30 horas sem dar notícias a amigos e familiares.
Vídeo mostra momento em que ele é agredido por homem. As imagens de uma câmera de segurança mostra Pacheco sendo atacado em uma esquina da rua Itambé. No vídeo, é possível ver um homem tentando pegar o celular do advogado, que reage. Uma mulher acompanha a ação de perto, conforme mostram as imagens. Em seguida, o homem dá um soco na cabeça de Pacheco.
Pacheco foi encontrado desacordado em uma rua do bairro. Uma testemunha que estava no local disse aos PMs que “viu um homem passando mal, convulsionando e com dificuldade de respirar”.
Advogado foi levado de ambulância ao Pronto-Socorro da Santa Casa, mas não resistiu. As circunstâncias da morte ainda estão sendo investigadas pela polícia, mas a principal suspeita é de o advogado pode ter sido vítima de latrocínio
Vítima foi encontrada sem os documentos. A sua identificação só foi possível após a realização do exame papiloscópico.
Família tinha registro um boletim de ocorrência por desaparecimento no dia 30 de setembro. O óbito foi registrado como morte súbita pelo 78º DP.
QUEM ERA O ADVOGADO
Luiz Fernando Pacheco atuava na área criminalista há mais de 20 anos. Ele iniciou sua carreira em 1994, no escritório de Márcio Thomaz Bastos.
Pacheco se formou em direito pela Universidade Mackenzie em 1996. Fez o curso de especialização em direito penal econômico e europeu, ministrado pelo Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, Instituto de Direito Penal Econômico e Europeu e Universidade de Coimbra.
Atuou no mensalão, um escândalo de corrupção que estourou no governo de Lula (PT), em 2005. O advogado defendeu José Genoino, ex-presidente do PT, condenado por corrupção após ser acusado pelo Ministério Público Federal de atuar na distribuição de dinheiro a parlamentares com a finalidade de conseguir apoio político para formar a base de sustentação do governo federal. Na época, Pacheco defendia a tese de que o mensalão não havia existido.
Em 2013, fundou o escritório que leva seu nome. O escritório é especializado em direito penal. “Até o ano de 2013, militou ao lado de grandes nomes da advocacia, tais como: Sônia Cochrane Ráo, Dora Cavalcanti, Sandra Pires, Camila Nogueira Gusmão Medeiros, Ana Lúcia Penón e Marina Chaves Alves”, diz trecho de texto no site.
O advogado renunciou ao cargo de presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB-SP, em 2024. Pacheco deixou o cargo uma semana após ter postado uma mensagem que foi acusada de ser racista contra um colega.
Ele também foi membro do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas do governo federal. Além disso, o advogado era vice-presidente do Conselho Deliberativo do Instituto de Defesa do Direito de Defesa.