SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil analisa imagens de câmeras de segurança na tentativa de traçar os passos e chegar aos responsáveis pela abordagem e agressão que resultou na morte do advogado Luiz Fernando Pacheco, 51, na madrugada de quarta-feira (1°), em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo.
A investigação aponta para um latrocínio, que é roubo seguido de morte, segundo a polícia.
Depois de analisar um vídeo que mostra o ataque seguido de agressão no cruzamento das ruas Itambé e Maranhão, os investigadores notaram o momento em que um dos envolvidos segura em um poste de sinalização. Um casal, por ora, é suspeito de participação no crime.
Policiais solicitaram perícia no poste, atrás de coleta de fragmentos de impressões digitais que auxiliem na identificação do suspeito.
O boletim de ocorrência sobre o caso que possui cinco atualizações depois do registro inicial não indica pertences que tenham sido roubados do advogado.
Na madrugada do dia 1°, policiais militares estiveram na rua Itambé para atendimento de ocorrência a uma pessoa ferida. No local encontraram um homem sem documentos sendo socorrido por uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência). Uma testemunha passou pelo ponto e relatou aos PMs ter visto o homem passar mal, convulsionando e com dificuldade de respirar, momento que telefonou para a central da Polícia Militar.
Em um primeiro momento Pacheco foi tratado como uma pessoa em situação de rua, segundo o boletim de ocorrência. “A vítima, aparentemente morador de rua, foi levado ao Pronto Socorro da Santa Casa, mas não resistiu e foi a óbito aproximadamente à 1h:40m do dia 01/10/2025”, diz trecho do documento.
O advogado estava sem documentos, e sua identificação só foi feita no dia seguinte, depois de exame das impressões digitais realizado pelo Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt. Ele constava como desaparecido no sistema da polícia com uma queixa registrada no dia em que foi morto.
Após coletar imagens de câmeras de segurança que mostram Pacheco deixando um bar momentos antes do crime, a polícia também solicitou exame toxicológico a fim de identificar se havia presença de metanol no corpo do advogado. O Ministério da Saúde já recebeu a notificação de ao menos 59 casos de intoxicação por metanol após ingestão de bebidas alcóolicas nos últimos dias. Uma morte foi confirmada e outras sete seguem em investigação.
Pacheco foi um dos fundadores do grupo Prerrogativas, que também se manifestou. “Estamos em luto. Ele era um dos advogados criminalistas mais brilhantes do país, da escola de Marcio Thomaz Bastos. Combativo, solidário e muito generoso, estava vivendo um momento muito feliz de sua vida, com a reconstrução do país, com a participação na gestão reeleita da OAB de SP e no grupo Prerrogativas. É uma perda muito significativa para toda a advocacia e para a sociedade brasileira”, diz o coordenador do grupo, Marco Aurélio de Carvalho.
Há mais de 20 anos atuando na esfera penal, Luiz Fernando Pacheco tinha iniciado sua carreira no escritório de Márcio Thomaz Bastos, no ano de 1994. Em 2000 tornou-se sócio do advogado, atuando em grandes causas como a do mensalão, em que comandou a defesa de José Genoino.