Da Redação
Uma jovem de 25 anos, moradora de Itapaci, está internada em estado grave na UTI do Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN) após apresentar sinais compatíveis com intoxicação por metanol. O caso, ainda em investigação, foi comunicado ao Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Goiás (Ciatox) e segue como suspeito até a conclusão dos exames.
A notícia chega em meio a uma onda de apreensão no país, após registros de envenenamento por bebidas adulteradas em Pernambuco e São Paulo. Diante da gravidade da situação, o governador Ronaldo Caiado determinou uma megaoperação envolvendo forças policiais e a Secretaria de Saúde para vistoriar distribuidoras de bebidas em todo o estado. O objetivo é identificar possíveis irregularidades e prevenir novas ocorrências.
O perigo invisível do metanol
Quase impossível de ser identificado pelo consumidor, o metanol é uma substância incolor e com odor parecido ao do álcool comum. Frequentemente usado em solventes, vernizes e produtos industriais, ele acaba sendo incorporado ilegalmente em bebidas falsificadas devido ao baixo custo de produção.
O problema é que seu consumo pode ser devastador: pequenas doses já são suficientes para causar danos irreversíveis ao organismo. Entre os efeitos mais graves estão cegueira, falência de órgãos e até morte. Os sintomas iniciais — como tontura, náusea, fala arrastada e confusão mental — podem surgir em até 72 horas após a ingestão, o que atrasa o diagnóstico.
Existe tratamento?
Sim. O antídoto mais eficaz é justamente o álcool etílico (etanol), que compete com o metanol no metabolismo do fígado e ajuda a reduzir sua toxicidade. Além disso, em ambiente hospitalar, pacientes podem ser submetidos à diálise e receber medicações específicas. Mas a janela para o tratamento é curta, o que torna essencial a busca imediata por atendimento médico ao menor sinal de suspeita.
Com a mobilização emergencial do governo estadual, Goiás se junta ao esforço nacional para conter o risco crescente de bebidas adulteradas que já colocam milhares de consumidores em alerta.