SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Dois alunos da USP (Universidade de São Paulo) carregaram uma capivara morta no ônibus circular da instituição e dissecaram o corpo do animal em um laboratório do Instituto de Biociências, dentro do campus.

Alunos não solicitaram apoio ou autorização da USP para retirada do animal. Corpo da capivara havia sido localizado por eles no Centro de Práticas Esportivas da instituição.

Universidade afirmou que está apurando as responsabilidades sobre o caso. Em nota, o Instituto de Biociências afirmou que será promovida uma palestra de conscientização aos alunos sobre aspectos bioéticos e sanitários acerca da manipulação de animais silvestres.

Apesar do manejo inapropriado do animal morto, o risco de contaminação é muito baixo, disse a USP. A Superintendência de Saúde da universidade esclareceu que foi informada e acompanha o caso. Desde 2014, com a entrada das capivaras na área da Raia Olímpica, vindas do rio Pinheiros, a prefeitura do campus monitora a área.

Capivaras são hospedeiras do carrapato-estrela, vetor da febre maculosa brasileira. A USP diz que estabeleceu um termo de cooperação com o Centro de Práticas Esportivas e a FMVZ (Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia) para fomentar pesquisas, com autorização da Secretaria do Meio Ambiente, para diagnóstico da população e controle reprodutivo das capivaras por meio de vacina imunocontraceptiva e cirurgia de esterilização.

Área onde capivaras são vistas na USP é de “baixo risco”. A instituição esclareceu que promove um ambiente seguro com o controle de carrapatos que transmitem a febre maculosa. Ainda de acordo com a universidade, os dados de pesquisa da FMVZ relacionados à presença de carrapatos mostraram que a Raia Olímpica é uma “área de baixo risco de ocorrência para febre maculosa brasileira”, devido ao confinamento das capivaras e sua baixa taxa de crescimento populacional.

O UOL procurou a Secretaria de Saúde de São Paulo, mas a pasta informou que não é responsável pela apuração do caso. A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística também declarou que não trata sobre o tema.