BELÉM, PA (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) afirmou que um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) que seria usado para transportar a comitiva presidencial ao arquipélago do Marajó, no Pará, teve problema no motor nesta quinta-feira (2) e que foi necessário desembarcar da aeronave em razão do risco de fogo.
Segundo Lula, houve troca de avião, e a viagem prosseguiu para Marajó, onde o presidente cumpriu agenda de entrega de obras da educação. Ele também participa de entrega de obras da COP30, a conferência do clima da ONU, em Belém, nesta quinta e sexta (3).
“Eu fui à [Igreja] Matriz [em Belém], agradecer a Nossa Senhora de Nazaré, aconteceu um outro problema comigo no avião”, disse Lula nesta sexta, em entrevista à TV Liberal, em Belém. “Eu fui pegar um avião para a ilha do Marajó, e teve um problema no motor do avião da FAB”, afirmou.
“Só tenho de agradecer a Deus, poderia ter acontecido problema no ar, aconteceu em terra. Descemos do avião, com medo de que avião pegasse fogo”, disse Lula. A ida à igreja ocorreu na noite de quinta, após evento para entrega do Parque Linear da Nova Doca, em bairro nobre de Belém.
Em nota, o Palácio do Planalto afirmou que, inicialmente, o trajeto de Lula de Belém a Breves, na ilha do Marajó, seria feito em uma aeronave C-105 Amazonas, da FAB, que não integra a frota presidencial mas foi escolhida por ser adequada à pista de chegada.
Ainda segundo a nota, esse avião é usado com frequência para transporte de tropas e cargas e para o deslocamento do presidente quando é necessário pousar em pistas curtas.
Durante os procedimentos de acionamento dos motores em solo, porém, foi identificado um problema técnico-operacional na aeronave, de acordo com a nota. “Por precaução e seguindo protocolos de segurança, a FAB optou por utilizar uma aeronave reserva (sempre disponível nas missões presidenciais). O modelo utilizado foi um C-97 Brasília.”
Em outubro de 2024, o avião que transportava Lula da Cidade do México de volta para Brasília apresentou problemas e precisou retornar para o aeroporto de origem. Antes, ficou sobrevoando a região da capital mexicana por quase cinco horas para queimar combustível e poder chegar ao solo em segurança.
Lula havia reclamado algumas vezes do avião presidencial, o chamado Aerolula, que foi comprado por ele mesmo em seu primeiro mandato, em 2005. Um dos principais pontos de crítica era a falta de autonomia, o que obriga a comitiva a fazer escalas em muitas das viagens ao exterior. Depois daquela pane, ele declarou que compraria aviões novos para o governo federal.
Na entrevista à TV Liberal, o presidente disse que será necessário diminuir o uso de combustível fóssil, para cumprimento de metas climáticas. Lula, porém, quer explorar petróleo na margem equatorial, onde está o bloco 59, na linha de Oiapoque (AP).
A Petrobras pressiona o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para a concessão da licença ambiental necessária à exploração de petróleo no bloco.
“Com o tempo, a gente vai ter de diminuir o uso de combustível fóssil. Vamos ter de usar a riqueza hoje do petróleo para a transição energética. E ninguém vai bater o Brasil em transição energética”, disse Lula.
Ele afirmou que o Brasil vai cumprir a promessa de desmatamento zero da Amazônia até 2030.