SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Diante do aumento de casos de intoxicação por metanol investigados no país na última semana, a Polícia Federal realizou nesta sexta-feira (3) uma nova etapa de fiscalizações em indústrias de bebidas em cidades de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina.

Ações da PF ocorreram em fábricas da região de Campinas (SP), Chapecó (SC), Joinville (SC), e Poços de Caldas (MG). A corporação divulgou por meio de nota que operações ocorreram em conjunto com o Ministério da Agricultura e Pecuária, mas não especificou quais indústrias foram alvos.

Amostras de bebidas produzidas e armazenadas foram coletadas para análise químico-sanitária. Segundo a PF, as verificações buscam “identificar a conformidade dos insumos utilizados, a eventual presença de substâncias proibidas ou em concentrações acima dos limites legais, além de avaliar a rastreabilidade dos lotes e a responsabilidade pela fabricação ou manipulação”.

PF não informou se havia indícios de falsificação de bebidas com metanal nas produções. Na mesma nota, o órgão informou apenas que, com as ações desta sexta-feira, as autoridades “reforçam o compromisso de proteger o consumidor, prevenir riscos à saúde e assegurar que a produção de bebidas no país esteja em conformidade com as normas legais e sanitárias”.

CASOS DE INTOXICAÇÃO POR METANOL

Número de casos confirmados de contaminação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas no país subiu para 11. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (2) pelo Ministério da Saúde. Outros 48 registros estão em investigação.

Até aqui, uma morte foi confirmada e outras sete são investigadas no país. O óbito confirmado aconteceu na cidade de São Paulo. O estado tem mais cinco mortes sob investigação (três na capital e duas em São Bernardo do Campo); as outras duas são investigadas em Pernambuco, em Lajedo e João Alfredo.

Único caso suspeito no DF é o do cantor Hungria, em Brasília. O músico foi internado nesta tarde no hospital DFStar da capital federal.

Dados sobre vítimas são atualizados diariamente, no período da tarde. Até nesta quinta-feira à noite, havia 10 casos confirmados e 33 em investigação, segundo o Ministério da Saúde.

Casos estão nesta sexta-feira em dois estados: São Paulo (6) e Pernambuco (5). Em grande maioria, as intoxicações estão concentradas na capital e em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Os números são baseados em dados recebidos pelo Cievs Nacional (Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde).

Balanço oficial do governo de São Paulo, porém, tem dois casos suspeitos a menos do que o do Ministério da Saúde. Até a manhã desta sexta-feira, o número oficial divulgado pelo governo de SP era de 27 casos em investigação. A expectativa é de que um novo balanço estadual seja divulgado na tarde desta sexta-feira.

Quatro casos de intoxicação foram descartados até o momento, segundo o governo federal. Uma nota técnica foi enviada a todos os estados orientando que qualquer caso suspeito seja comunicado imediatamente às autoridades nacionais.

Número de intoxicações por metanol suspeitas nos últimos meses é mais que o dobro da média anual do Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registra 20 casos por ano de intoxicações do tipo.

“A gente está vivendo uma situação anormal”, disse Padilha, à imprensa. “Tem criminosos que romperam esses processos [de segurança e fiscalização] que são feitos regularmente.”