Walison Veríssimo
O cenário político em Goiás já começa a se movimentar para as eleições de 2026, e o PT saiu na frente ao empossar, nesta quinta-feira (2), sua nova direção estadual. O foco da legenda é claro: organizar a estrutura interna e escolher um nome competitivo para disputar o Palácio das Esmeraldas.
Adriana Accorsi, deputada federal e agora presidente estadual do partido, afirmou que a prioridade será antecipar o debate eleitoral. “Queremos definir uma pré-candidatura antes da virada do ano. Essa decisão passará por diálogo com aliados progressistas e pela direção nacional. O objetivo é ganhar tempo, consolidar uma chapa e garantir palanque forte para o presidente Lula em Goiás. Não descartamos alianças, desde que fortaleçam o projeto de reeleição dele”, destacou.
Dentro do PT, porém, há divergências. O deputado estadual Mauro Rubem defende uma candidatura própria da esquerda. Para ele, as eleições brasileiras terão reflexo direto no cenário geopolítico mundial. “É fundamental termos um palanque alinhado ao nosso programa de desenvolvimento, ouvindo a sociedade e enfrentando os desafios de áreas como saúde, educação, segurança e sustentabilidade”, disse. Ele citou nomes como a própria Adriana Accorsi e o vereador Professor Edward como alternativas.
Já a vereadora Kátia Maria, também cotada para a disputa, acredita que o momento ainda é de construção. “A reunião foi sobre a composição da direção. O nome virá depois, a partir de um projeto que dialogue com o povo. O PT sempre teve quadros preparados. A questão é decidir se lançamos agora ou aguardamos negociações com outras forças políticas.”
Para analistas, a movimentação do PT pode mudar o tabuleiro local. O historiador Tiago Zancopé avalia que a presença da legenda tende a pressionar especialmente Marconi Perillo, que precisará sustentar o discurso de realizações diante da comparação com os feitos de Lula. Já o grupo de Ronaldo Caiado, segundo ele, não deve sentir tanto impacto, pois o atual governador consolidou uma rede de programas sociais que o eleitorado associa diretamente à sua gestão.
Com a entrada oficial do PT no debate, a corrida pelo governo de Goiás começa a ganhar contornos mais claros — e promete embates intensos até 2026.