RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Autoridades sanitárias de Pernambuco e a Polícia Civil do estado apuram se as duas mortes suspeitas de intoxicação por metanol estão relacionadas com o consumo de uísque em Lajedo (a 195 km de Recife), região do agreste. Um terceiro homem que também ingeriu a bebida sobreviveu, mas perdeu a visão.
A investigação começou quando a esposa de uma das vítima procurou a polícia e apresentou a garrafa do uísque consumido. O marido chegou a ser internado, mas não resistiu e morreu.
Os depoimentos colhidos pela polícia apontam que um dos homens comprou o uísque em um caminhão com a finalidade de revenda, mas acabou ingerindo a bebida com os demais. Ao delegado Cledinaldo Orico, titular da delegacia de Lajedo, o sobrevivente afirmou que o uísque foi consumido durante um festival de rock em Lajedo, no início de setembro.
A polícia pernambucana comunicou a Polícia Civil paulista sobre as mortes. Os investigadores querem saber se a origem do uísque é a mesma das bebidas supostamente adulteradas que causaram intoxicação em São Paulo.
O sobrevivente afirmou à polícia que a garrafa de uísque foi comprada em um caminhão na cidade de Belo Jardim e levada para Lajedo. O veículo, segundo ele, teria saído de São Paulo. Os investigadores, contudo, trabalham com a hipótese de a informação não ser verdadeira.
Outra contradição apontada pelos policiais diz respeito a quem teria comprado a garrafa. O sobrevivente afirmou inicialmente que um dos homens que morreu foi o responsável por adquiri-la, mas depois mudou a versão e atribuiu para si a compra da bebida, ainda segundo a polícia.
“Comunicamos aos outros órgãos policiais para saber se no estado de Pernambuco há outros indivíduos também vitimados por ingestão dessa substância”, afirmou Orico.
Outro caso de intoxicação, ocorrido em Olinda, na região metropolitana do Recife, é investigado pela Secretaria Estadual de Saúde. Uma mulher procurou atendimento médico com queixa de náuseas, vômito, cefaleia e visão turva após consumir vodca.