BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Após a operação da Polícia Federal desta quinta-feira (2) contra suspeitas de fraudes em concursos públicos, o governo federal anunciou novas medidas de segurança no CNU (Concurso Nacional Unificado), que terá a prova objetiva aplicada neste domingo (5).

Um dos novos aprimoramentos de segurança em relação à prova do ano passado será o uso de detectores de ponto eletrônico, sob orientação policial.

Na operação, que prendeu preventivamente (sem tempo determinado) duas pessoas, uma das fraudes investigadas envolve o uso de um ponto eletrônico, que seria instalado e depois retirado com ajuda médica. Esse ponto, segundo a investigação, ajudaria na resolução das provas.

O anúncio das medidas de segurança também afirma que haverá provas identificadas página a página com códigos de barras específicos para cada candidato, além de detectores de metal em todas as salas e todos os banheiros dos locais dos exames.

O número do tipo de prova não será revelado nem durante a aplicação, apenas quando os gabaritos forem divulgados.

Além disso, a PF, a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Militar atuarão de forma ampliada na escolta das provas, e a Força Nacional irá fazer a guarda das avaliações nos locais de armazenamento.

Uma nota conjunta, divulgada pelo Ministério da Gestão e pelo Ministério da Justiça, afirma que a operação desta quinta “indicou uma fraude pontual, localizada e investigada a partir das ações de segurança adotadas na primeira edição do Concurso Público Nacional Unificado”.

“Dessa forma, ela reforça a lisura do certame, confirma o rigor e eficácia dos procedimentos adotados e garante o direito às pessoas candidatas aprovadas”, diz o comunicado.

A segurança para a prova deste ano será, segundo a nota, nos moldes do transporte de urnas eletrônicas. “Mais de 11 mil agentes de segurança estão envolvidos na segurança do transporte, armazenamento e aplicação das provas”, diz a nota.

Além das prisões, a operação desta quinta fez buscas e apreensões sobre suspeitos de integrarem uma organização criminosa para fraudar concursos.

Também são investigadas possíveis fraudes em exames da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil, da Universidade Federal da Paraíba e das polícias civis de Pernambuco e Alagoas.

Houve afastamentos de cargos públicos e bloqueios de bens, em ação conjunta com o Ministério da Gestão e com o Ministério Público Federal na Paraíba.

A polícia diz que “os investigados foram excluídos dos processos seletivos, afastados dos cargos públicos já ocupados e poderão responder pelos crimes de fraude em certame de interesse público, lavagem de dinheiro, organização criminosa e falsificação de documento público”.

De acordo com a PF, a ação tem como objetivo ampliar mecanismos de fiscalização para garantir segurança, transparência e integridade aos processos seletivos realizados no país.

A operação foi denominada Última Fase e os mandados cumpridos nos estados de Pernambuco, Paraíba e Alagoas.