RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Operação policial no Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, para conter expansão do Comando Vermelho teve intensa troca de tiros, fechamento de escolas e equipamentos de saúde e ao menos 11 presos na manhã desta quinta-feira (2).

Entre os detidos estão o sargento da PM Bruno da Cruz Rosa, do 20º BPM (Mesquita), e Robson Esteves de Oliveira, assessor especial da Prefeitura de Petrópolis.

De acordo com as investigações, ambos atuavam como informantes da facção na região serrana. O delegado Victor Barbosa afirmou que o policial recebia dinheiro e benefícios para repassar informações sobre operações na região, enquanto o assessor também fornecia dados sigilosos à quadrilha.

Em nota, a Prefeitura de Petrópolis afirmou não ter conhecimento das atividades ilícitas do assessor preso e anunciou sua exoneração imediata.

A Polícia Militar informou que o sargento será levado à unidade prisional da corporação, em Niterói, e responderá a processo administrativo que pode resultar em sua expulsão.

A reportagem tenta localizar a defesa dos suspeitos.

Na segunda fase da Operação Asfixia, os agentes estão nas ruas para cumprir 18 mandados de prisão contra narcotraficantes ligados ao Comando Vermelho atuantes, principalmente, em Petrópolis. Segundo polícia e Promotoria, cerca de R$ 700 mil em bens da organização criminosa foram bloqueados.

Ainda de acordo com a corporação, “as investigações identificaram 55 envolvidos no esquema e revelaram que o líder da organização, seu braço direito e outros comparsas estão escondidos no Parque União, no Complexo da Maré, onde também há diligências”.

Ao chegarem na região na manhã desta quinta, os policiais afirmam terem sido recebidos a tiros. Blindados e helicópteros foram enviados ao complexo para dar apoio para a operação.

A operação desta quinta afetou serviços públicos no Complexo da Maré: 16 escolas municipais e duas estaduais suspenderam as atividades, uma clínica da família interrompeu o atendimento e outra reduziu serviços externos.

As investigações apontam que Petrópolis teria se tornado o entreposto do tráfico, comandado por Wando da Silva Costa, o Macumbinha, e por seu braço direito, Luis Felipe Alves de Azevedo, que seguem foragidos.

A ação acontece poucos dias depois da operação contra o avanço do Comando Vermelho, realizada em 29 de setembro na zona oeste do Rio.

Na ocasião, 17 pessoas foram presas, entre elas uma jovem apontada como elo entre criminosos do Rio e do Pará. A ação resultou em tiroteios, interdição da avenida Ayrton Senna e apreensão de armas e drogas em comunidades como Gardênia Azul e Cidade de Deus, consideradas estratégicas para o domínio territorial da facção.