RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Alagoas é o destino nacional com o maior gasto em viagens, indicam dados divulgados nesta quinta-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em 2024, quem visitou o estado nordestino desembolsou R$ 366 por dia, em média, conforme o órgão.

São R$ 98 a mais do que a média das viagens no Brasil (R$ 268). Os dados consideram viagens nacionais com pernoite.

O gasto diário em Alagoas até diminuiu se comparado a 2023, quando estava em R$ 380. Ainda assim, foi o maior do país pelo segundo ano consecutivo.

O IBGE publica os valores em termos reais –corrigidos pela inflação. Os dados integram um módulo anual de turismo da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).

O levantamento não detalha o que está por trás do gasto mais elevado em Alagoas, mas é possível que a demanda explique o cenário, de acordo com William Kratochwill, analista da pesquisa do IBGE. Ou seja, por essa lógica, a procura pelos serviços turísticos pressionaria os preços no estado.

A beleza das praias é um dos atrativos de Alagoas que chamam a atenção dos visitantes. Maragogi e São Miguel dos Milagres são exemplos de pontos turísticos locais.

Depois de Alagoas, os destinos que tiveram os maiores gastos diários em viagens nacionais com pernoite foram Distrito Federal (R$ 362), Pernambuco (R$ 351) e Rio de Janeiro (R$ 348).

O Acre, por outro lado, registrou o menor valor (R$ 88). Trata-se do único patamar abaixo de R$ 100 por dia.

Outra forma de analisar o cenário é por meio do gasto médio total ao longo das viagens –e não apenas por dia. Alagoas, mais uma vez, lidera o ranking dos destinos: R$ 3.790.

É mais que o dobro da média no Brasil (R$ 1.843). O Ceará (R$ 3.006) apareceu na segunda posição.

Rondônia, por outro lado, teve o menor valor: R$ 930. Trata-se do único destino com despesas abaixo de R$ 1.000.

VIAJANTES DE DF E SP GASTAM MAIS

Os dados ainda permitem analisar os gastos de acordo com a origem dos turistas.

Os viajantes que saíram do Distrito Federal desembolsaram o maior valor médio em viagens nacionais com pernoite (R$ 3.090). Os visitantes que partiram de São Paulo vieram na sequência (R$ 2.313).

O Maranhão, por sua vez, registrou o menor valor (R$ 941). Foi o único abaixo de R$ 1.000.

Distrito Federal e São Paulo mostraram os maiores rendimentos domiciliares per capita do país em 2024, enquanto o Maranhão teve a menor renda, segundo dados divulgados em fevereiro pelo IBGE.

DESPESAS TURÍSTICAS CRESCEM 11,7%

De acordo com a Pnad, os gastos em viagens nacionais com pernoite somaram R$ 22,8 bilhões em 2024.

O montante cresceu 11,7% na comparação com 2023 (R$ 20,4 bilhões). É quase o dobro do registrado em 2021 (R$ 11,5 bilhões), quando as restrições da pandemia dificultaram os deslocamentos.

Em 2024, o número de viagens nacionais com pernoite foi de quase 15,2 milhões. Houve avanço de 1,4% em relação a 2023 (quase 15 milhões).

Quando a análise considera o total de viagens nacionais ou internacionais, com ou sem pernoite, o número foi de 20,58 milhões em 2024. O indicador ficou relativamente estável, com leve baixa de 0,1% ante 2023 (20,6 milhões).

O ano passado foi marcado pelo aumento da renda do trabalho, mas a alta dos custos pode ter “inibido” a expansão das viagens, segundo William Kratochwill, do IBGE.

O percentual de domicílios nos quais pelo menos um morador declarou ter viajado foi de 19,3% em 2024, abaixo de 2023 (19,8%). Já a proporção de lares sem viajantes subiu a 80,7% em 2024, após marcar 80,2% em 2023.

Entre os domicílios sem viagem, a maior justificativa para não sair de casa foi a falta de dinheiro (39,2%). Não ter tempo (19,1%) e não ter necessidade (18,4%) vieram na sequência dos motivos.

Ao chegar a R$ 1.843 em 2024, o gasto médio em viagens nacionais com pernoite aumentou 8% ante 2023 (R$ 1.706), disse o IBGE.