Um dia após a Polícia Federal deflagrar uma operação envolvendo o Banco Master, o clima de incerteza começa a mexer com o mercado financeiro. O inquérito, aberto a partir de dados repassados pelo Banco Central ao Ministério Público Federal, terá 30 dias de duração inicial, podendo ser prorrogado.
O foco da investigação são possíveis irregularidades ligadas a carteiras de crédito consignado adquiridas pelo Banco de Brasília (BRB), em período anterior à tentativa de fusão entre as duas instituições — negociação barrada pelo BC em setembro. Agora, o caso ganha caráter criminal e coloca o Master sob atenção redobrada de autoridades e investidores.
Enquanto isso, o banco, liderado por Daniel Vorcaro, tenta reforçar sua imagem de solidez. Após vender sua seguradora Kovr, busca renovar uma linha de crédito de R$ 4 bilhões junto ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC). A reunião que trataria do tema com o presidente do BC, Gabriel Galípolo, foi adiada, aumentando as dúvidas sobre a real capacidade de liquidez da instituição.
Empresas citadas no mercado como credoras tratam de se afastar da polêmica: a Metalfrio negou qualquer exposição ao Master, enquanto a Oncoclínicas optou pelo silêncio.
Para especialistas, os próximos passos da investigação serão determinantes. Caso se confirmem as irregularidades, o Banco Central pode intensificar a fiscalização. Até lá, o Master segue em sua maior prova de resistência: manter a confiança de clientes e investidores em meio à maior crise de sua história.