Da Redação

O setor de seguros de automóveis manteve sua relevância no Brasil em 2025. Somente no primeiro semestre, foram movimentados R$ 28,9 bilhões em prêmios, alta de 5,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). As indenizações pagas chegaram a R$ 17,2 bilhões, avanço de 3,3%.

A participação do segmento é expressiva: mais de 40% de todo o mercado de seguros de danos tem origem nas apólices voltadas a veículos. Para motoristas de aplicativo, esse tipo de proteção se tornou ainda mais essencial, já que o automóvel é, ao mesmo tempo, ferramenta de trabalho e patrimônio pessoal.

Apesar da queda nos indicadores nacionais de furtos e roubos de veículos em 2024, regiões como Minas Gerais e Rio de Janeiro registraram aumento nos ataques a motoristas de aplicativo. Só em Minas, foram quase 1,9 mil ocorrências até maio do ano passado, alta de 14%.

Mudança no perfil das contratações

Nos últimos 12 meses, a procura por seguros de motocicletas cresceu de 28% para 41% das cotações, refletindo o maior uso desse modal no transporte e delivery. Já os automóveis, que antes representavam 72% das consultas, caíram para 59%. Mesmo assim, os contratos fechados mostram que o carro segue como prioridade: a participação do seguro auto subiu de 47% para 53% nas novas apólices.

A Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) prevê que o setor de danos e responsabilidades avance cerca de 7% neste ano, sustentando o desempenho geral da indústria seguradora, que já ultrapassou R$ 200 bilhões em arrecadação no semestre.

Soluções digitais e personalizadas

Para atrair e reter clientes, seguradoras e insurtechs têm apostado em tecnologia. Já existem serviços totalmente digitais, desde a contratação até a vistoria de veículos feita por inteligência artificial. Também cresce a adesão a modelos por assinatura, que permitem pausas temporárias sem burocracia.

Produtos específicos para motoristas de aplicativo e táxis oferecem coberturas mais abrangentes, levando em conta riscos adicionais, como circulação em horários noturnos. A regulação das associações de proteção veicular também avançou, exigindo cadastro obrigatório na Susep e trazendo mais transparência para esse mercado paralelo.

Desafios à frente

Apesar da expansão, o Brasil ainda tem baixa penetração de seguros: apenas três em cada dez veículos estão protegidos. O custo da apólice é um dos maiores entraves — motoristas de aplicativo afirmam que o valor pesa no orçamento.

Especialistas apontam que o futuro do setor passa pela oferta de seguros modulares, com preços ajustáveis e coberturas escalonadas, além de maior educação financeira. A tecnologia surge como principal aliada para reduzir custos e ampliar o acesso.

Mais que proteção

Em um país onde a mobilidade é intensa e a violência urbana permanece como risco constante, o seguro automotivo se consolida como ferramenta de resiliência econômica. Para motoristas que dependem do carro como fonte de renda, ter cobertura deixou de ser opcional: tornou-se um pilar de sobrevivência financeira.