Da Redação
Usuários do Pix agora contam com uma ferramenta inédita para reagir em casos de fraude: a partir desta quarta-feira (1º/10), está disponível nos aplicativos bancários o botão de contestação de transações. A novidade promete agilizar a devolução de valores em situações de golpe, fraude ou coerção.
O recurso é parte do Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado em 2021, mas que até então dependia de contato com as centrais de atendimento das instituições financeiras. Agora, todo o processo pode ser feito pelo celular, de forma totalmente digital.
Como funciona
Quando o usuário aciona o botão, a contestação é enviada de imediato ao banco de destino da transação suspeita. Caso ainda haja saldo na conta do suspeito, o valor é bloqueado — inclusive parcialmente. Em seguida, os dois bancos envolvidos têm até sete dias para avaliar o caso. Se a fraude for confirmada, o dinheiro retorna à conta da vítima em até onze dias.
De acordo com o Banco Central, a digitalização do MED aumenta as chances de recuperar o dinheiro antes que ele desapareça por completo.
O que não entra na regra
O botão não vale para disputas comerciais, arrependimentos de compra ou erros comuns, como digitar a chave Pix incorretamente. Ele é exclusivo para situações que envolvem golpes, fraudes e transferências feitas sob ameaça.
Rastreamento de valores
Outra inovação no sistema será implantada a partir de 23 de novembro: a devolução de dinheiro poderá ocorrer a partir de contas diferentes da que recebeu originalmente o Pix fraudulento. Hoje, os criminosos costumam esvaziar rapidamente a conta inicial e repassar os valores para outras, o que dificulta a recuperação.
Com a mudança, o MED passa a rastrear os caminhos do dinheiro, aumentando as chances de ressarcimento e ajudando a mapear contas usadas em esquemas criminosos. Essa etapa será obrigatória para todas as instituições a partir de fevereiro de 2026.
O Banco Central aposta que as melhorias tornarão o sistema mais seguro, desestimulando golpes e protegendo melhor os usuários do Pix.