Da Redação

Uma operação da Marinha de Israel interceptou nesta quarta-feira (1º) uma flotilha internacional que transportava suprimentos de ajuda humanitária com destino a Gaza. Entre os detidos estão pelo menos dez brasileiros e um argentino residente no país, de acordo com a organização Global Sumud Flotilla.

O grupo fazia parte de uma iniciativa composta por cerca de 50 embarcações que tentavam desafiar o bloqueio marítimo imposto à Faixa de Gaza. A missão, descrita como pacífica e não violenta, tinha o objetivo de entregar alimentos, água, remédios e brinquedos para a população local, que enfrenta uma crise humanitária severa.

Entre os brasileiros confirmados na lista de detidos estão a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) e o ativista Thiago Ávila. Também integram o grupo: Ariadne Catarina Cardoso Teles, Magno de Carvalho Costa, Gabrielle da Silva Tolotti, Bruno Sperb Rocha, Mariana Conti Takahashi, Lucas Farias Gusmão, Mohamad Sami El Kadri, Lisiane Proença Severo e Nicolas Calabrese, argentino com cidadania italiana que vive no Brasil.

Segundo informações da flotilha, mais de 500 pessoas de diferentes nacionalidades aderiram à iniciativa, que foi interrompida de forma abrupta pelas forças israelenses. Até a noite, ao menos 178 ativistas haviam sido levados sob custódia, incluindo a ambientalista sueca Greta Thunberg.

Reações no Brasil

A Anistia Internacional classificou a ação israelense como ilegal, alegando que “não há respaldo no direito internacional para ataques contra embarcações em livre navegação em águas internacionais”. A entidade exige passagem segura para os barcos e a entrega dos suprimentos em Gaza.

Em São Paulo, familiares e apoiadores dos detidos iniciaram uma vigília na casa cultural Al Janiah, espaço fundado por refugiados palestinos, cobrando proteção do governo brasileiro e defendendo a suspensão de relações comerciais com Israel.

Disputa de versões

Israel afirma que a flotilha violava um bloqueio “legal” e se aproximava de uma zona de combate. O governo israelense declarou que os barcos foram “abordados com segurança” e que os tripulantes seriam levados a um porto do país.

Já os organizadores da iniciativa acusam Israel de realizar uma intercepção ilegal em águas internacionais. Segundo nota divulgada nas redes sociais, transmissões ao vivo foram interrompidas e não há informações detalhadas sobre a situação dos passageiros.

Essa foi mais uma tentativa de romper o bloqueio que isola Gaza há anos. A expectativa era de que a flotilha chegasse à região nesta quinta-feira (2/10), caso não tivesse sido interrompida.