BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ex-assessor do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Eduardo Tagliaferro foi detido na Itália e depois liberado nesta quarta-feira (1⁰), segundo Eduardo Kuntz, seu advogado. Ele afirmou que seu cliente foi alvo de medidas restritivas no país europeu.

Conforme publicado pela coluna Mônica Bergamo, o passaporte de T agliaferro foi apreendido e, por ordem da Justiça, ele precisará ficar na comarca em que reside enquanto responde a pedido de extradição feito pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

No mês passado, Moraes pediu a extradição de Tagliaferro, acusado de quatro crimes pela PGR (Procuradoria Geral da República).

O ex-assessor passou a ser investigado após a Folha de S.Paulo revelar em agosto do ano passado que o gabinete de Moraes no STF ordenou, por mensagens e de forma não oficial, a produção de relatórios pelo TSE para embasar decisões do próprio ministro contra bolsonaristas no inquérito das fake news em 2022.

Em setembro deste ano, Tagliaferro afirmou, em audiência no Senado, que Moraes forjou relatórios para justificar uma operação contra empresários bolsonaristas por mensagens de teor golpista, em agosto de 2022.

O ministro do STF negou irregularidade e afirmou que todas as ações nessa e nas outras investigações foram oficiais, regulares e com informe à PGR.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, Tagliaferro afirmou que foi bem tratado pelos policiais que o conduziram à delegacia na Itália e que todos os procedimentos ocorreram dentro da lei.

“Foi somente para tomar ciência do pedido de extradição e das cautelares que deveriam ser impostas a mim mesmo. Se existe um pedido no Brasil, qualquer outro país tem que ver primeiro, pedir cautelares para que não saia [do país] até que eu possa me explicar e reverter todo esse problema”, disse.