RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Um professor da rede privada de ensino foi preso na última sexta-feira (26) em Guarabira, município do brejo paraibano, sob suspeita de praticar assédio sexual contra alunas menores de idade.

Ele é suspeito de se aproveitar da posição hierárquica em sala de aula para “oferecer benefícios acadêmicos em troca de vantagens amorosas”, segundo a Polícia Civil.

A identidade do docente não foi divulgada para evitar a exposição das vítimas e incentivar que possíveis novas testemunhas se apresentem. De acordo com a polícia, o investigado ficou em silêncio durante os depoimentos e não se manifestou sobre as acusações.

A investigação é conduzida pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) de Guarabira e começou a partir de uma denúncia anônima feita à Polícia Civil no fim de agosto. Segundo a delegada responsável pelo caso, Isabela Martins Leal, o alerta inicial tratava do compartilhamento de áudios atribuídos ao professor, enviados a uma das alunas.

“Ele se utilizava da posição de superioridade hierárquica em busca de vantagens amorosas. Oferecia vantagens acadêmicas, como pontuação ou benefícios escolares, o que caracteriza o delito de assédio sexual”, afirmou ela à reportagem.

A partir da primeira denúncia, os investigadores conseguiram identificar a vítima e, em seguida, outras estudantes que relataram abordagens semelhantes.

Até o momento, três adolescentes já foram ouvidas e indicaram testemunhas. Todas são alunas de escolas de Guarabira.

A delegada disse que o caso é tratado como assédio sexual praticado em concurso, já que envolve mais de uma vítima.

Com base nos elementos reunidos, a Polícia Civil pediu ao Judiciário a prisão preventiva (sem prazo) do professor, além da busca e apreensão em sua residência e a extração de dados do telefone celular. Os pedidos foram deferidos pela 2ª Vara Mista de Guarabira.

Durante o cumprimento dos mandados, o aparelho foi apreendido e encaminhado ao Instituto de Polícia Científica da Paraíba, responsável pela análise técnica. O conteúdo do dispositivo ainda não foi divulgado.

O professor pode responder em liberdade caso a Justiça decida revogar a medida cautelar. O inquérito policial deve ser concluído nos próximos dias e encaminhado ao Ministério Público.

Denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo Disque 100 ou pelo canal 197, disponível no site da Polícia Civil da Paraíba.