BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Dois dos homens mais procurados da Argentina -também buscados no Peru e na Bolívia- foram capturados na noite de terça-feira (30). O peruano Tony Janzen Valverde Victoriano, conhecido como “Pequeño Jota”, e seu comparsa argentino Matías Agustín Ozorio foram detidos em Pucusana, perto de Lima, pela suposta ligação com o feminicídio triplo que chocou os argentinos nos últimos dias. As vítimas eram as jovens Lara Gutiérrez, Morena Verdi e Brenda del Castillo.
Ambos serão enviados para a Argentina, mas por processos diferentes: Pequeño Jota enfrentará um processo de extradição, enquanto Ozorio será expulso do Peru.
O anúncio da prisão foi feito pelo general Zenón Santos Loayza Díaz, da Polícia Nacional do Peru, em uma entrevista coletiva. A Interpol na Argentina já foi notificada sobre o caso, e as transferências devem ocorrer nas próximas semanas.
Pequeño Jota e Ozorio chegarão à Argentina por procedimentos diferentes devido à nacionalidade de cada um. Nenhum deles possui processos criminais no Peru, o que tende a acelerar os procedimentos.
O Ministério de Segurança de Buenos Aires apontou o peruano como autor intelectual do triplo crime. Ele é acusado de pertencer a uma organização criminosa transnacional baseado na Villa 1-1-14, como é conhecido o bairro Padre Rodolfo Ricciardelli, no Baixo Flores. A comunidade fica em frente ao estádio do San Lorenzo de Almagro, em Buenos Aires.
A organização criminosa opera diferentes pontos de venda de drogas nos subúrbios do sul da província de Buenos Aires. A investigação policial e judicial ainda está tomando medidas para determinar seu paradeiro e seu papel exato no massacre.
De acordo com a reconstrução do caso, Lara, Brenda e Morena foram convidadas para uma festa no bairro de Baixo Flores, mas que na realidade se tratava de uma armadilha. Elas foram levadas para uma casa e torturadas. Os assassinatos foram transmitidos em uma live.
Os corpos foram encontrados na madrugada de 24 de setembro, no município de Florencio Varela, e as investigações apontam que o principal motivo para o triplo homicídio seria um ato de vingança por um roubo de drogas que uma das vítimas teria feito.
Há nove suspeitos presos pelo crime. Uma delas, que confessou sua participação nos eventos, disse à polícia que três homens de nacionalidade peruana alugaram a sua casa e que lá assassinaram as três jovens.
A ministra de Segurança Pública nacional, Patricia Bullrich, comemorou a prisão de Pequeño Jota e agradeceu a colaboração da polícia do Peru. “Quando você trabalha com determinação e coordenação, os criminosos não têm onde se esconder”, escreveu. “Quem faz paga.”