SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O diretor de gestão da Fundação Theatro Municipal, Dalmo Magno Defensor, afirma que são inverídicas as acusações feitas contra ele pela Associação dos Músicos Instrumentistas do Theatro Municipal de São Paulo em nota publicada na sexta-feira.

A principal queixa da associação é a de que havia um conflito de interesses no fato de Defensor já ter ocupado cargo de diretoria na Sustenidos, organização social que gere o teatro, e hoje fiscalizar tanto o contrato de gestão da OS em rescisão quanto a licitação para escolher uma nova administradora do espaço.

Ele afirma que o fato de ter trabalhado para a Sustenidos entre 2013 e 2016 não cria um conflito de interesses no exercício de sua função atual. “Só comecei a trabalhar na Fundação Theatro Municipal em fevereiro de 2023, portanto seis anos e meio depois. Creio que, se esse enorme hiato temporal, por si só, já enfraquece muito o argumento do suposto ‘conflito de interesses’, o que o aniquila de vez é minha conduta profissional.”

Defensor diz ainda que não fiscaliza o contrato da Sustenidos sozinho, mas junto com uma equipe de cinco pessoas, a partir de relatórios que são enviados periodicamente pela Sustenidos. Em alguns casos, ele acrescenta, decisões podem envolver ainda integrantes da diretoria artística, produção, manutenção, da área de suprimentos, da diretoria de formação, do jurídico e da Secretaria da Fazenda.

O diretor afirma, por fim, que não participará da escolha da nova administradora do Theatro Municipal.

Na semana retrasada, o prefeito Ricardo Nunes pediu a rescisão do contrato da Sustenidos com o teatro. Isso aconteceu após um funcionário da OS ter comemorado o assassinato do influenciador trumpista Charles Kirk. Nas redes sociais, Pedro Guida, diretor de elenco do Municipal, republicou um vídeo de um influenciador americano que afirmava que Kirk era nazista.

O imbróglio expõe uma guerra ideológica que foi conflagrada, nos últimos quatro anos, num dos palcos mais importantes do país. De um lado, a Sustenidos teve sua direção artística orientada por pautas ligadas à esquerda, envolvendo a busca por mais diversidade e a desconstrução da ópera, da música clássica e da dança contemporânea.

Do outro, vereadores conservadores, aliados a Nunes, se posicionaram contra a administradora, por uma suposta doutrinação ideológica no teatro.