SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Clubes esportivos de elite da capital paulista suspenderam temporariamente a venda de bebidas destiladas após casos de intoxicações por metanol que já deixaram cinco mortos no estado.
Esporte Clube Pinheiros, na zona oeste, anunciou suspensão a venda de bebidas alcoólicas destiladas. Não há prazo para o fim da medida, considerada como preventiva.
Interrupção vale para todos os pontos de venda. Segundo o clube, a medida pretende garantir a saúde e o bem-estar dos associados.
Paineiras do Morumby, na zona sul, diz que suspensão vale até que “autoridades excluam quaisquer riscos”. O clube firma que a venda de bebidas destiladas será interrompida por questões de segurança. A diretoria executiva também afirma que a ação tem caráter preventivo.
Clube Hebraica SP, na zona oeste, declarou que a medida é uma “questão de saúde pública”. A decisão “visa zelar pela saúde e segurança dos sócios e visitantes”, diz comunicado do clube.
Sociedade Harmonia de Tênis também interrompeu as vendas. Clube está localizado no bairro Jardim América, na zona oeste.
Clube Sírio, na zona sul, divulgou que a ação será adotada por tempo indeterminado. Em nota, afirma que os seus fornecedores são “reconhecidamente confiáveis” e sabem da procedência das bebidas vendidas no local, mas optaram por seguir orientações e a decisão de outros clubes neste momento.
Club Athletico Paulistano classificou a proibição como uma forma de segurança. Localizado no Jardim América, na zona oeste, clube diz que aguarda a comunicação dos órgãos oficiais sobre marcas envolvidas na contaminação e lotes contaminados.
PALMEIRAS TAMBÉM BARRA DESTILADOS
Sociedade Esportiva Palmeiras também suspendeu preventivamente a venda de destilados nas dependências do clube. Em nota, eles reforçaram que as bebidas alcoólicas disponibilizadas no clube são compradas de empresas sérias e de forma criteriosa, porém, a medida reforça o cuidado com a segurança e bem-estar dos associados.
SINDICATO DOS CLUBES FEZ RECOMENDAÇÃO
Sindicato dos Clubes do Estado de São Paulo pediu hoje que fossem tomadas medidas imediatas. Em nota, o Sindi Clubes recomendou a suspensão da venda de destilados para mitigar riscos e proteger as agremiações. “Essa decisão (…) demonstra cuidado e responsabilidade diante de uma questão de tamanha gravidade.”
Sergio Nabhan, presidente do Sindi Clubes, disse ao UOL que a adesão à suspensão temporária foi alta. Ainda não há um balanço do sindicato com o número exato dos que interromperam as vendas. Nabhan também explicou que até o momento o sindicato não recebeu relato de associados com casos de intoxicações no estado.
CASOS
Governo de São Paulo anunciou hoje que registrou 22 casos, entre confirmados (7) e em investigação (15). Dos 22, cinco resultaram em morte por intoxicação por metanol; apenas uma delas tem relação confirmada com a ingestão de bebida alcoólica, segundo a Secretaria de Saúde.
Ontem, porém, o Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo havia confirmado dois óbitos e o governo federal mais um, totalizando três. As vítimas, com mortes por intoxicação confirmadas ontem, são três homens: de 38, 45 e 48 anos.
Governo busca detectar a origem da bebida adulterada. O governador afirmou que a Polícia Civil e a Secretaria da Fazenda vão analisar as notas fiscais dos estabelecimentos e cruzar as informações para chegar aos distribuidores.
Vamos buscar descobrir quem comprou de quem, de onde está saindo essa bebida adulterada, quem são os fraudadores, a partir desse cruzamento de informações, saber se o problema está no distribuidor, no estabelecimento que está comprando o material sem a procedência correta, ou em outro elo da cadeia.
Tarcísio de Freitas