SÃO PAULO, SP, E RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio de Janeiro, ficou fechado para pousos e decolagens por quase 12 horas nesta terça-feira (30) após um vazamento de óleo na pista na noite anterior. A pista foi liberada às 17h25, segundo a Infraero, estatal que administra o local.

Por volta das 15h30 o painel da Infraero chegou a mostrar 100 voos cancelados —54 de partida e 46 de chegada. Outros 15 voos foram transferidos para o Aeroporto Internacional do Galeão ao longo do dia.

A empresa afirmou que estendeu o horário de operação no aeroporto para auxiliar a regularização dos voos. O funcionamento regular do Santos Dumont é das 6h às 23h.

O óleo do motor de um caminhão foi responsável pelo vazamento, por volta das 3h. O veículo era usado na manutenção preventiva da pista, segundo a Infraero. O vazamento aconteceu próximo à cabeceira da pista, local onde as aeronaves tocam o solo durante o pouso e quando fazem a aceleração final durante a decolagem.

Ainda durante a madrugada, equipes tentaram fazer a limpeza da pista com água, em jatos de alta pressão, e desengraxante biodegradável.

“A composição do pavimento das pistas de pouso e decolagem é específica, sendo a limpeza minuciosa necessária para garantir os níveis de atrito das aeronaves com o solo”, disse a Infraero, em nota.

O maior número de cancelamentos de voo aconteceu à tarde. Às 15h, o painel do aeroporto indicava que 41 voos com origem em São Paulo, sete no Distrito Federal e um em Minas Gerais haviam sido cancelados. No quadro de partidas, estavam cancelados 37 voos para São Paulo, seis para o Distrito Federal e um para Minas Gerais.

O impacto foi sentido nas capitais São Paulo, Brasília e Belo Horizonte, origem e destino dos voos do aeroporto carioca.

Em São Paulo, a ponte aérea de Congonhas foi a mais afetada, com 93 voos cancelados com origem ou destino para o aeroporto de Santos Dumont até às 19h, segundo a Aena, responsável pelo aeroporto paulistano. Além disso, outros 12 voos de com diferentes destinos também foram cancelados pelas companhias aéreas.

No terminal carioca, painéis exibiam listas de cancelamentos e atrasos, enquanto passageiros aguardavam no saguão. Eles reclamaram da falta de informação por parte das companhias aéreas.

As regras da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) determinam que passageiros devem ser comunicados a cada 30 minutos quanto à previsão de partida dos voos. Durante a tarde, alto-falantes do aeroporto deram previsão de normalização dos voos às 14h, e depois às 17h.

A Anac prevê que a partir de uma hora de atraso passageiros têm direito à comunicação gratuita, com uso de internet e telefone; a partir de duas horas, direito à alimentação, com distribuição de vouchers, refeição ou lanche; e a partir de quatro horas, passageiros têm direito a serviço de hospedagem, nos casos de pernoite no aeroporto.

Nos casos de cancelamentos e atrasos superiores a quatro horas, as empresas aéreas devem oferecer reacomodação em outro voo; reembolso integral; ou execução do serviço por outra modalidade de transporte, como ônibus.

Equipes do Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) municipal e estadual estiveram no aeroporto. Agentes colheram relatos de passageiros que não teriam sido informados sobre o que as companhias aéreas fariam.

“Para os casos em que o embarque foi reagendado para o dia seguinte ou para períodos mais longos, exigimos das empresas aéreas a oferta de assistência material, incluindo alimentação, hospedagem e transporte”, disse o secretário estadual de Defesa do Consumidor, Gutemberg Fonseca.