RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O laudo da Pefoce (Perícia Forense do Ceará), divulgado nesta terça-feira (30), confirmou que a arma utilizada no ataque a tiros que deixou dois adolescentes mortos em Sobral, na última quinta (25), foi a mesma empregada em um homicídio registrado em julho deste ano na cidade.
O suspeito preso pelo crime na escola já era investigado por esse assassinato anterior.
Segundo a Pefoce, o exame comprovou que o projétil recolhido na cena do ataque partiu da mesma arma de fogo usada no homicídio de julho. O resultado reforça o inquérito policial que atribui ambos os crimes ao homem de 29 anos, preso no bairro Sumaré, dois dias após o ataque. Ele já respondia por homicídio, roubo, associação criminosa e corrupção de menores.
Na audiência de custódia realizada no sábado (27), a Justiça manteve a prisão do suspeito. Além da prisão relativo ao ataque na escola, ele também teve um mandado de prisão cumprido pelo homicídio de julho, agora reforçado pelo laudo pericial.
De acordo com a investigação, o homem preso estava na garupa da motocicleta usada na ação e também atirou contra as vítimas. As buscas continuam para localizar o outro suspeito envolvido.
O ataque ocorreu pela calçada da escola estadual Luís Felipe, no bairro Campo dos Velhos. Os disparos atingiram cinco adolescentes que estavam no estacionamento. Dois deles morreram, e três ficaram feridos.
Um dos sobreviventes, de 16 anos, que já respondia por atos infracionais análogos a homicídio, porte ilegal de arma de fogo e roubo, recebeu alta hospitalar no domingo (28). Outros dois, de 17 anos, também foram atingidos e seguem em recuperação.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, durante a ocorrência foram apreendidos droga, balança de precisão e embalagens com uma das vítimas fatais. As investigações apontam que o crime pode estar ligado a disputas entre facções na região.
O perito-geral da Pefoce, Júlio Torres, disse que o uso do banco de dados do Sistema Nacional de Análise Balística, mantido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, permite comparar marcas únicas deixadas pela arma no projétil e no estojo.
“Ele [Sinab] consegue relacionar um projétil que cadastramos no sistema, fazendo correspondências que identificam a utilização da mesma arma em diferentes crimes. A comparação funciona a partir da análise das marcas únicas deixadas pela arma no projétil e no estojo, como se fossem impressões digitais”, disse.
O resultado do laudo deverá auxiliar o inquérito, somando-se aos depoimentos e outros indícios colhidos durante as investigações.