SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O subsecretário de Gestão e Tecnologia de Praia Grande, Sandro Rogério Pardini, 60, foi alvo de mandado de busca e apreensão na segunda-feira (29) na investigação sobre a morte do ex-delegado-geral Ruy Ferraz, 64.

Ruy, que exercia o cargo de secretário de Administração do município da Baixada Santista, foi assassinado a tiros de fuzil no dia 15 em uma via da cidade. Oito pessoas suspeitas de participação direta ou indireta na morte já foram identificadas e tiveram a prisão decretada pela Justiça. Quatro delas estão presas, três foragidas, e uma foi morta nesta terça-feira (30) durante troca de tiros com policiais civis em São José dos Pinhais (PR).

Pardini não está entre elas. A ação contra o subsecretário aconteceu em um imóvel dele no litoral paulista. Ele estava na residência e acompanhou os policiais.

Procurada, a defesa de Pardini afirmou que ele “nega veementemente toda e qualquer participação, seja ela direta ou indireta, nos fatos que estão sendo apurados”.

A Polícia Civil apura se a morte foi uma represália ao trabalho que Ruy vinha fazendo à frente da Secretaria de Administração, ou se está ligada ao seu passado de luta contra o crime organizado, quando foi o primeiro a investigar o PCC (Primeiro Comando da Capital).

“Sandro está à disposição das autoridades para colaborar, naquilo que estiver ao seu alcance, para o efetivo esclarecimento deste trágico ocorrido. Destacamos que os objetos e bens apreendidos não possuem qualquer relação com os fatos, o que foi comprovado pela documentação juntada e confirmado nos esclarecimentos prestados por Sandro, frisa-se, ouvido na qualidade de testemunha”, acrescentou o texto encaminhado pela defesa.

Entre os objetos apreendidos estão computadores, pendrives, documentos, além de três pistolas e quantias em dinheiro em três moedas diferentes: R$ 50 mil, US$ 10.300 e 1.135 euros. De acordo com o registro da ocorrência, em um monte de R$ 8.000 estava uma anotação com uma divisão do valor com o nome de duas pessoas.

A polícia não deu detalhes sobre a operação na casa do subsecretário.

Conforme o advogado de Pardini, as armas possuem documentação regular, uma vez que ele possui registro de CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador).

O subsecretário acompanhou os policiais a uma delegacia, onde foi ouvido na presença de uma advogada.

Os equipamentos foram encaminhados para uma unidade especializada do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) responsável pela investigação da morte de Ruy.

Em nota, a Prefeitura de Praia Grande disse manter contato constante com a Polícia Civil e colaborar integralmente com as investigações, fornecendo imagens, informações e demais materiais solicitados.

“A Administração Municipal não recebeu qualquer comunicação oficial sobre buscas e apreensões relacionadas à operação mencionada, mas reforça que permanece à disposição das autoridades competentes para prestar todos os esclarecimentos necessários”.