SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou nesta terça-feira (30) que não há evidências de que o crime organizado participe das adulterações de bebida que causaram ao menos cinco mortes suspeitas por intoxicação por metanol em São Paulo.

“Não há evidência de que haja crime organizado nisso”, afirmou o governador. O governo de São Paulo confirmou nesta terça-feira (30) cinco mortes suspeitas relacionadas a bebidas adulteradas e 17 casos de contaminação em investigação.

Segundo Tarcísio, inquéritos abertos para investigar as intoxicações chegaram a suspeitos que não estão ligados ao crime organizado. O governador afirmou que algumas das destilarias clandestinas identificadas não têm relação entre si.

Muito tem se especulado sobre a participação do crime organizado nessa adulteração. Para deixar claro: não há evidência nenhuma de que haja crime organizado nisso.Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo

Governo vai fazer interdição cautelar em todos os estabelecimentos onde houve consumo dessas bebidas. Além disso, foi criado um canal de denúncia só para casos de bebidas adulteradas, no site do Procon-SP.

Seis casos foram confirmados na cidade de São Paulo e outros 10 são investigados em quatro municípios. Entre as suspeitas são: 5 na capital, 2 em São Bernardo do Campo, 1 em Limeira, 1 em Itapecerica da Serra, 1 em cidade não informada da ingestão (sendo tratado em Campinas). Outro caso foi analisado e descartado na capital de SP.

PF VAI INVESTIGAR

Mais cedo, governo federal informou que a PF vai investigar os casos, que podem estar além do estado de SP. “Foi aberto inquérito na Polícia Federal para verificar a procedência dessa droga e a rede possível de distribuição”, disse o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em coletiva de imprensa, em Brasília.

“A investigação dirá se tem conexões com o crime organizado”, afirmou o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. A apuração foi instaurada nesta segunda-feira (29) e, segundo a PF, ainda não se sabe se as bebidas podem ter vindo de adulteração importada.

O rastreamento de possíveis novos casos será feito em parceria com o Ministério da Saúde. “Vamos reforçar com uma nota técnica específica em relação à intoxicação com metanol, [para] a definição de casos suspeitos para as vigilâncias locais, secretarias municipais e estaduais de todo o país: quando deve suspeitar de uma intoxicação de metanol, quais são os sinais, sintomas clínicos”, afirmou o ministro Alexandre Padilha.