Da Redação

O rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido artisticamente como Oruam, voltou às ruas nesta segunda-feira, 29, após quase três meses preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio. A libertação atraiu fãs e familiares que celebraram sua saída com gritos, filmagens e até um “carreata improvisada”. Em vídeos publicados nas redes sociais, o artista aparece em cima de um ônibus e também sendo carregado pela multidão.

A detenção de Oruam teve início em julho, quando ele se entregou à Polícia Civil depois de ser acusado de tentar barrar uma operação em sua residência. Na última sexta-feira, 26, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu revogar a prisão. O ministro Joel Ilan Paciornik, responsável pela análise do caso, classificou a justificativa para a custódia como “genérica e insuficiente”.

O episódio que levou à prisão aconteceu em 21 de julho, durante o cumprimento de mandado contra um adolescente ligado ao círculo do músico. Segundo a denúncia, Oruam e outros homens teriam reagido com ameaças, xingamentos e até jogado pedras — uma delas, de quase cinco quilos, atingiu um policial. O Ministério Público apresentou acusações de tentativa de homicídio, lesão corporal, resistência, ameaça, desacato e dano ao patrimônio público.

A defesa do rapper, no entanto, sustenta que houve abuso de autoridade por parte dos agentes e reforça que ele é vítima de perseguição pelo histórico familiar e pelo conteúdo de suas músicas. Oruam é filho de Márcio dos Santos Nepomuceno, o traficante Marcinho VP.

Durante o período em que esteve atrás das grades, o músico ficou em cela coletiva em Bangu 3-A. A Secretaria de Administração Penitenciária negou que ele tenha tido contato com lideranças do Comando Vermelho, alegando que essas figuras cumprem pena em outro pavilhão.

Com a liberdade concedida, Oruam retoma sua carreira, mas segue respondendo aos processos abertos contra ele.