Da Redação

As famílias goianienses que optam pela rede privada de ensino precisarão preparar o bolso: as mensalidades devem subir entre 10% e 12% no próximo ano, chegando a 15% em instituições com valores mais baixos. Trata-se do maior reajuste já projetado na última década, segundo especialistas do setor.

O levantamento foi feito pelo Grupo Rabbit, consultoria especializada em educação, que estima aumento médio de 9,8% em todo o país — mais que o dobro da inflação oficial prevista para 2026.

Por que os valores vão subir

De acordo com o Sindicato e a Associação das Instituições Particulares de Ensino de Goiás (Sinepe-GO e Aipeg-GO), a alta é reflexo direto dos custos crescentes das escolas. Entram na conta: salários e encargos trabalhistas de professores e funcionários, manutenção de infraestrutura, impostos, além de investimentos em tecnologia, ensino bilíngue e projetos socioemocionais.

A legislação (Lei 9.870/99) autoriza que as instituições apliquem reajustes proporcionais a esses gastos, desde que justificados.

Pressão econômica e cenário pós-pandemia

O economista Leonardo Ferraz explica que o aumento não é apenas pedagógico, mas também econômico:

“A inflação acumulada de 5,15% no último ano impactou diretamente a folha salarial e os custos operacionais. Some-se a isso os investimentos em tecnologia e o peso da inadimplência pós-pandemia. Cerca de 70% das escolas ainda estão mais endividadas que antes de 2020.”

Em algumas instituições, a inadimplência chega a 20%. Para compensar, o repasse dos custos para as mensalidades tornou-se inevitável.

Peso no orçamento das famílias

O impacto financeiro será expressivo. Em escolas de prestígio da capital, já há reajustes definidos:

  • Um tradicional colégio de ensino médio no Setor Bueno terá acréscimo médio de R$ 400 por mensalidade.
  • Outra instituição renomada, no Setor Aeroporto, confirmou reajuste de 11%.

Para famílias de renda intermediária, a elevação pode significar cortes em outras despesas ou até a troca de escola por opções mais acessíveis. Isso, por sua vez, tende a refletir no consumo de lazer, alimentação e transporte, afetando também a economia local.

O que os pais podem fazer

Especialistas recomendam que os responsáveis negociem com as escolas, buscando:

  • descontos para irmãos matriculados;
  • planos de pagamento diferenciados;
  • incentivos para alunos com bom desempenho.

O cenário indica que manter filhos em escolas particulares de qualidade em Goiânia em 2026 exigirá planejamento financeiro detalhado. Além da mensalidade, crescem também os custos com material, atividades extracurriculares e projetos tecnológicos, reforçando o desafio de equilibrar orçamento e educação de qualidade.