Da Redação
Goiânia vive um avanço preocupante da sífilis em 2025. Entre janeiro e agosto, os registros cresceram 46,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Já são 2.313 diagnósticos de sífilis adquirida, além de 469 em gestantes e 122 casos congênitos — quando a infecção é transmitida da mãe para o bebê. Em 2024, esses números eram menores: 1.475, 422 e 83, respectivamente.
A Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), intensificou os alertas e pede mais atenção à prevenção, à testagem e ao tratamento imediato.
Uma doença antiga, mas ainda desafiadora
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Apesar de ser curável com antibióticos como a penicilina — amplamente disponível no SUS —, ela segue em expansão no Brasil e preocupa autoridades. A transmissão ocorre por relação sexual sem preservativo ou de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação.
O secretário de Saúde de Goiânia, Luiz Pellizzer, destaca que a situação exige resposta rápida.
“A sífilis tem cura e o tratamento é gratuito. Quanto mais cedo o diagnóstico, mais eficaz é o tratamento e menor o risco de complicações”, reforça.
Outubro Verde: mobilização nacional
Neste mês, Goiânia se une ao Outubro Verde, campanha que busca conscientizar a população sobre os perigos da sífilis adquirida e congênita. As ações incluem a oferta de testes rápidos, palestras e distribuição de preservativos, além de orientação para gestantes sobre os riscos da transmissão vertical, que pode provocar aborto, parto prematuro, malformações ou até a morte do bebê.
Estratégia integrada
Jennifer Caetano, gerente de Vigilância de Doenças e Agravos Transmissíveis, explica que o crescimento dos casos reforça a necessidade de articulação entre diferentes setores da saúde:
“Estamos fortalecendo a atuação da atenção básica, da vigilância e da rede especializada. O pré-natal bem feito é fundamental para proteger mães e bebês”.
Chamado à população
A SMS lembra que combater a sífilis depende do engajamento coletivo. Fazer testes regulares, usar preservativo e incentivar familiares e amigos a procurarem atendimento são medidas essenciais para interromper a cadeia de transmissão.