(UOL/FOLHAPRESS) – Depois do expediente, uma briga entre colegas de trabalho por causa de uma paquera terminou em agressões mútuas ao fim de uma balada em Osasco, na Grande São Paulo. Uma das jovens teve parte do lábio arrancado. Segundo ela, já havia desentendimentos no ambiente de trabalho.
O QUE ACONTECEU
Discussão entre colegas terminou em acusação de agressão mútua. Isabelly Soares Silva de Almeida, 23, afirma que foi atacada pela colega Larissa Emily Silva Martins, 24, após se recusar a seguir para outro bar após o expediente. “Ela começou a me agredir ao ponto de arrancar meu lábio inferior com uma mordida”.
Larissa admite a mordida e diz que agiu para se defender. Segundo ela, Isabelly a derrubou no chão e tentou enforcá-la. “Isabelly estava por cima de mim e tentou me enforcar. Foi quando tive a reação de morder ela para ela me soltar. A única coisa que me arrependo foi da mordida, porque vi que machucou muito ela”.
COMO FOI A AGRESSÃO
Discussão registrada em BO terminou em agressões na porta de bar. Isabelly e Larissa, que trabalham juntas em um supermercado, decidiram sair para beber com colegas na noite de 14 de setembro e foram ao bar Tchau e Bença, em Osasco. Segundo o boletim de ocorrência registrado no 2º DP, houve uma discussão que evoluiu para agressões físicas na área externa do bar. O documento cita ainda que uma terceira colega tentou apartar a briga.
Recusa em mudar de bar e paquera são apontadas como estopim. Isabelly relata que Larissa insistiu para o grupo continuar a noite em outro local e que ela se negou a entrar no carro. “Eu não quis, revidei uns xingamentos”, disse, narrando que a briga começou em seguida e culminou na mordida no lábio inferior. Já Larissa diz que a colega teria ficado irritada porque o rapaz que Isabelly paquerava passou a dar em cima dela.
Família soube da briga em ligação de madrugada; ferimento exigiu cirurgia. A mãe de Isabelly, Mardene Soares Silva de Almeida, contou que às 23h do dia 14 a filha avisou que deixava o bar com colegas e, às 4h11 do dia 15, recebeu telefonema de um colega dizendo que ela teria se ferido numa briga com Larissa. A jovem foi levada à UPA Conceição, onde médicos constataram a gravidade do ferimento e indicaram transferência para cirurgia.
BO registra lesão corporal e coloca as duas como autoras e vítimas. No documento, Isabelly e Larissa constam como autoras e vítimas de lesão corporal (art. 129 do Código Penal) e de vias de fato (art. 21 do Decreto-Lei 3.688/41). O registro foi feito em 15/9 pelo 2º DP de Osasco, após os eventos da madrugada.
VERSÃO DE LARISSA
Larissa sustenta legítima defesa e descreve enforcamento. “Isabelly estava por cima de mim e tentou me enforcar, ela estava com as mãos no meu pescoço, foi quando eu tive a reação de morder para me soltar”. Ela diz que se arrepende do ferimento causado: “Foi sem querer mesmo, fiz só para me defender. A única coisa que me arrependo foi da mordida, porque vi que machucou muito ela”.
Amizade teria azedado por ciúmes naquela noite. Larissa afirma que havia convivência próxima entre ela, Isabelly e Micaely, e que o clima piorou quando “um rapaz demonstrou interesse” por ela. Ela diz ainda que o boletim de ocorrência registra as duas como autoras e vítimas, o que, segundo ela, mostra que vem sendo injustamente apontada como única agressora.
Rapaz apontado como estopim prestou depoimento; IML foi acionado. Segundo Larissa, o rapaz que presenciou a confusão “falou à polícia” sobre o que aconteceu. Ela afirma que ela e a colega que tentou apartar a briga também foram ouvidas e passaram por exame no Instituto Médico Legal.
VERSÃO DE ISABELLY
Isabelly diz que está abalada, com dor e limitações após a cirurgia. “Minha recuperação está sendo muito difícil, pois nem me alimentar, nem falar estou conseguindo. O ocorrido me afetou em tudo na minha vida, sem exceção”.
Ela afirma que a colega a humilhava no trabalho e insiste no relato da mordida. “A agressora sempre estava tentando me pôr para baixo no trabalho, inclusive chegou a fazer reclamações de mim para o gerente. No final do expediente acabei aceitando sair e, após o bar fechar, ela insistiu para que fôssemos para outro local. Eu me neguei e ela proferiu xingamentos contra mim e começou a me agredir”.
Jovem pede responsabilização criminal e reparação. “Espero que ela responda perante a lei por cada dano que me causou, tanto físico, moral quanto emocional”.
Mãe diz que família arcou com cuidados e critica falta de apoio. “Recebi a notícia na madrugada. Quando cheguei na UPA não sabia a dimensão do dano e passei mal. Nós não recebemos apoio de ninguém, a não ser de nós mesmas, que tivemos de correr atrás de atendimento para ela e custear os medicamentos e alimentos líquidos”.
Roupas foram guardadas como possível prova; empresa é criticada. “Ela não pode se alimentar e eu guardei as roupas sujas para provar o quanto minha filha foi maltratada no chão durante as agressões e perda de sangue. A postura da empresa na qual ela trabalha, para nós, foi a pior possível. Ela já havia solicitado para mudar de horário e, diante de qualquer assistência, não tivemos nada, nada”.
Assim como a filha, Mardene cobra justiça. “Espero que, com fé em Deus, ela possa responder por cada dano que causou à minha filha, que a Justiça seja feita e que ela pague tudo perante a lei. Fé em Deus”.