PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Paraná prendeu na sexta-feira (26) um homem suspeito de assassinar a esposa em um assalto forjado em São Miguel do Iguaçu (PR).

Adriano Forgiarini, 37, teria matado Jaqueline Rodrigues Pereira, 37, com um tiro na cabeça no dia 13 de setembro, segundo a investigação.

O corpo de Jaqueline foi encontrado no pátio da casa do casal. Adriano também apresentava ferimentos por arma de fogo e chegou a ser levado ao hospital. No entanto, de acordo com a Polícia Civil, ele teria provocado os próprios ferimentos na tentativa de sustentar a versão de um roubo. A Justiça autorizou a prisão preventiva (sem prazo) por suspeita de feminicídio.

A defesa de Adriano Forgiarini afirma que acompanha as apurações sobre o caso. “Por respeito à investigação em andamento, não serão prestadas declarações sobre o conteúdo dos fatos neste momento”, disse o advogado Cassiano Almeida em nota.

Em um primeiro momento, o crime foi registrado como latrocínio.

“Assim que a polícia chegou no local do crime, o investigador já me ligou informando que ele estava com o perito no local e eles estavam achando a cena do crime muito estranha”, disse o delegado Walcely Antonio.

Após ouvir depoimentos e coletar provas, as suspeitas sobre Adriano se intensificaram ao longo das duas semanas entre o crime e a prisão, afirmou o delegado.

A arma usada no crime foi localizada em um pomar nos fundos da residência.

A polícia chegou até Adriano após analisar as imagens de uma câmera de segurança instalada na parte externa da casa. Um reflexo em um vidro da varanda permitiu visualizar a movimentação de alguém no local. Também foram examinados os áudios captados pelo sistema de segurança.

“O primeiro disparo, às 5h20 da manhã, veio abafado, como se a casa estivesse fechada. Alguns minutos depois, se vê que a porta da casa abriu e estavam arrastando alguma coisa”, disse o delegado. “Os áudios eram muito nítidos porque é zona rural, um silêncio muito grande.”

Por volta das 6h30, foi registrado um segundo disparo, mais alto, que coincidiu com o momento em que o reflexo apareceu no vidro da varanda. A suspeita é que Adriano tenha atirado em si mesmo nesse momento para simular um assalto e encobrir o crime.

As imagens foram mostradas aos familiares de Jaqueline, que reconheceram Adriano pelo reflexo.

Walcely diz que as filmagens indicam que não havia outras pessoas no local junto com o casal.

“Na hora que a primeira pessoa chegou no local, depois que ele pediu ajuda, os cachorros fizeram uma algazarra muito grande e começaram a latir de forma vigorosa. E até então, mesmo com os disparos de armas de fogo, era um completo silêncio”, disse.

Ainda não há informações sobre a possível motivação do crime.