SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Prefeitura de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, confirmou a segunda morte por intoxicação com metanol na cidade. Com isso, subiu para três o total de óbitos provocados pelo consumo da substância em bebida alcoólica adulterada no estado, sendo que uma das mortes foi registrada na capital.
Segundo a prefeitura da cidade do ABC, a primeira vítima foi um homem de 58 anos, atendido no Hospital de Urgência, que morreu em 24 de setembro. A segunda é um homem de 45 anos que foi atendido na rede privada e morreu neste domingo (28).
No total, seis casos de intoxicação por metanol foram confirmados no estado de São Paulo. Há também outros dez casos sob investigação na capital, segundo o CVS (Centro de Vigilância Sanitária), ligado à Secretaria da Saúde do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O metanol é um produto químico industrial, altamente tóxico e impróprio para consumo humano. Mesmo pequenas quantidades podem ser fatais. Como se parece com o álcool comum, pode causar sensação de embriaguez e náusea antes de provocar efeitos graves.
A contaminação de uma bebida alcoólica por metanol tende a acontecer em casos de falsificação do produto, uma vez que a substância tóxica pode estar presente em álcool adulterado ou mesmo ser adicionada para aumentar o teor alcoólico de forma mais barata.
Embora tais hipóteses pareçam fazer sentido, não é possível afirmar que esta seja a causa das intoxicações até que a análise do conteúdo das garrafas apreendidas esteja concluída, afirma Camila Carbone Prado, médica-assistente do Ciatox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica) de Campinas, centro de assistência toxicológica de referência para diagnósticos e tratamento desses casos.
No sábado, o CVS (Centro de Vigilância Sanitária) de São Paulo afirmou que duas pessoas tinham morrido intoxicadas por metanol na Grande São Paulo de São Paulo. O órgão detalhou que os óbitos ocorridos na capital e em São Bernardo do Campo estão entre os seis casos de intoxicação confirmados desde junho no estado.
Municípios paulistas estão monitorando e fiscalizando estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas, como distribuidoras e bares que estariam envolvidos com casos de produtos contaminados, segundo nota enviada pelo CVS à reportagem.
Na sexta-feira (26), a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça emitiu nota na qual afirmava que nove pessoas foram intoxicadas por metanol no estado de São Paulo em um período de 25 dias, mas sem mencionar mortes.
Segundo a secretaria, todos os casos ocorreram após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, conforme notificações feitas ao SAR (Sistema de Alerta Rápido). Até a tarde deste sábado afirmou não ter novas informações sobre o caso.